São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Empresa ameaça deixar Funai sem carro na Raposa

Locadora afirma que dívida é de R$ 700 mil; órgão diz que valor é menor e será pago

Os veículos -dez picapes, duas vans, dois microônibus, um caminhão-baú e um caminhão-tanque- são usados para fiscalizar a área


BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA

Em meio à indefinição sobre o futuro da terra indígena Raposa/Serra do Sol (RR), a Funai corre o risco de perder os veículos de que dispõe para fiscalizar a região da reserva. A empresa Asatur Transporte, que aluga veículos para a Funai em Boa Vista, ameaça pegar de volta dez picapes, duas vans, dois microônibus, um caminhão-baú e um caminhão-tanque.
A empresa cobra da Funai o referente a três meses de serviços prestados, no valor de R$ 700 mil, segundo o dono da empresa, Renildo Correia da Silva. A Asatur mantém contratos com a Funai de Boa Vista desde abril, exclusivamente para reforçar as ações na Raposa.
"Prometeram pagar em dezembro. Se não pagarem, a gente retira tudo", disse Renildo, que afirma ter "despesas enormes" com os veículos, que andam em "estradas péssimas".
O chefe da Funai em Boa Vista, Gonçalo Teixeira dos Santos, confirmou que existe a dívida, mas disse que ela é menor e será toda quitada. "Há uma dívida, bem menor que os R$ 700 mil, mas que não tenho aqui de cabeça. A gente estava aguardando um recurso complementar, que já foi descentralizado para a Funai", disse.
A quantidade de veículos usados pela Funai -que tem seis veículos próprios, de acordo com Gonçalo- é menor que a licitada. O órgão deveria utilizar, segundo contratos, também outras dez picapes, três caminhões-baú, dois caminhões com carroceria de madeira, um caminhão-tanque e um caminhão-pipa. Gonçalo disse que eles não estão sendo usados porque não há necessidade.
Dois dos sete contratos assinados com a Asatur desde abril foram feitos sem licitação. Foram assinados em abril e junho, no valor total de R$ 975 mil.
O dono da Asatur disse que os contratos foram feitos provisoriamente, por 30 dias, antes do pregão, que, "graças a Deus", foi vencido pela empresa dele. Segundo Gonçalo, os contratos foram feitos em caráter emergencial para reforçar ações na Raposa, e a vitória da Asatur em pregões foi "coincidência".


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