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Empresa ameaça deixar Funai sem carro na Raposa
Locadora afirma que dívida é de R$ 700 mil; órgão diz que valor é menor e será pago
Os veículos -dez picapes, duas vans, dois microônibus, um caminhão-baú e um caminhão-tanque- são usados para fiscalizar a área
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA
Em meio à indefinição sobre
o futuro da terra indígena Raposa/Serra do Sol (RR), a Funai
corre o risco de perder os veículos de que dispõe para fiscalizar
a região da reserva. A empresa
Asatur Transporte, que aluga
veículos para a Funai em Boa
Vista, ameaça pegar de volta
dez picapes, duas vans, dois microônibus, um caminhão-baú e
um caminhão-tanque.
A empresa cobra da Funai o
referente a três meses de serviços prestados, no valor de R$
700 mil, segundo o dono da empresa, Renildo Correia da Silva.
A Asatur mantém contratos
com a Funai de Boa Vista desde
abril, exclusivamente para reforçar as ações na Raposa.
"Prometeram pagar em dezembro. Se não pagarem, a gente retira tudo", disse Renildo,
que afirma ter "despesas enormes" com os veículos, que andam em "estradas péssimas".
O chefe da Funai em Boa Vista, Gonçalo Teixeira dos Santos, confirmou que existe a dívida, mas disse que ela é menor
e será toda quitada. "Há uma
dívida, bem menor que os R$
700 mil, mas que não tenho
aqui de cabeça. A gente estava
aguardando um recurso complementar, que já foi descentralizado para a Funai", disse.
A quantidade de veículos
usados pela Funai -que tem
seis veículos próprios, de acordo com Gonçalo- é menor que
a licitada. O órgão deveria utilizar, segundo contratos, também outras dez picapes, três caminhões-baú, dois caminhões
com carroceria de madeira, um
caminhão-tanque e um caminhão-pipa. Gonçalo disse que
eles não estão sendo usados
porque não há necessidade.
Dois dos sete contratos assinados com a Asatur desde abril
foram feitos sem licitação. Foram assinados em abril e junho,
no valor total de R$ 975 mil.
O dono da Asatur disse que os
contratos foram feitos provisoriamente, por 30 dias, antes do
pregão, que, "graças a Deus", foi
vencido pela empresa dele. Segundo Gonçalo, os contratos
foram feitos em caráter emergencial para reforçar ações na
Raposa, e a vitória da Asatur em
pregões foi "coincidência".
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