São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2009

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Em carta a Lula, presidente da Itália reclama de decisão de Tarso

Giorgio Napolitano expressa seu "assombro" e "amargura" pela decisão do Ministério da Justiça de conceder status de refugiado ao escritor Cesare Battisti

DA FOLHA ONLINE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na qual expressa seu "assombro" e sua "amargura" pela decisão do Ministério da Justiça brasileiro de conceder status de refugiado político ao escritor italiano Cesare Battisti, condenado pelo Judiciário italiano à prisão perpétua sob a acusação de ser o responsável por quatro homicídios "com finalidades terroristas" -o que Battisti nega.
Na carta, o presidente italiano diz que é porta-voz da "compreensível reação que teve no país e entre as forças políticas a grave decisão" do ministro Tarso Genro (Justiça). Napolitano chama a atenção do presidente Lula para "as garantias" da Constituição italiana em relação aos "responsáveis por crimes de terrorismo".
Em comunicado, a assessoria de imprensa da Presidência da Itália diz que o "Chefe de Estado traduz-se intérprete da vivíssima emoção" que a recusa em extraditar Battisti suscitou.
O governo da Itália, que por diversas vezes pediu às autoridades brasileiras que reconsiderassem o status concedido a Battisti, ainda estuda recorrer à Justiça brasileira para conseguir a extradição do italiano.

À espera
A assessoria de imprensa da Presidência da República não confirmou o recebimento da carta do presidente Giorgio Napolitano, que deve primeiro passar pelo Ministério das Relações Exteriores para depois ser encaminhada ao Planalto. Como o presidente Lula chegou da Venezuela no final da noite de sexta, ele só terá tempo de ler a carta na segunda, segundo a assessoria.
Na ultima quinta-feira, Lula havia defendido a decisão de Tarso Genro como uma "questão de soberania nacional".
Segundo o presidente, as autoridades italianas têm o direito de não concordar, mas devem respeitar a concessão do refúgio. Ele também afirmou não acreditar que o caso afete as relações diplomáticas entre o Brasil e a Itália


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