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Polícia apura ligação da Abin com fita do aeroporto
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Investigações preliminares da
Polícia Federal indicam a participação de membros da Abin
(Agência Brasileira de Investigação), subordinada à Presidência
da República, e da Polícia Civil de
Brasília na filmagem de um encontro do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil
Waldomiro Diniz com o empresário do bingo Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira, no
aeroporto de Brasília, em 2002.
As duas instituições mantêm
agentes no aeroporto, trabalhando em conjunto com a Infraero
(Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), acompanhando o monitoramento de
imagens dos passageiros.
A Abin informou, por meio de
nota, "que não se pronuncia sobre
atividades de inteligência". A Polícia Civil do DF negou envolvimento e disse, por meio de sua assessoria, que "não tem tradição de
arapongagem".
O objetivo da PF é rastrear o caminho do vídeo, divulgado na semana passada em conjunto com
outra gravação, na qual Waldomiro pede propina a Cachoeira e
doações para campanhas eleitorais. Na época dos vídeos, Waldomiro era presidente da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro).
A PF ainda não conseguiu responder quem solicitou e manuseou a fita da vigilância do aeroporto, antes de ela vir a público.
O material encontrado na casa
de Waldomiro em Brasília foi catalogado ontem pela Polícia Federal. Foram apreendidos cinco
aparelhos celulares, 11 fitas cassete, um computador, disquetes,
cinco fitas VHS, seis agendas telefônicas, um gravador digital, declarações de Imposto de Renda,
extratos bancários e manuscritos.
Na residência de Messias Ribeiro Neto, também alvo de buscas,
os policiais apreenderam notas
fiscais, extratos de Imposto de
Renda, cartuchos não deflagrados
de calibre 765, três fitas VHS, uma
pasta intitulada "Projeto de Gestão" e oito disquetes nomeados
como "Estrutura de dados do setor operacional". Em depoimento
ao Ministério Público, Neto afirmou ter sido sócio de Cachoeira.
O delegado responsável pelas
buscas enviou ao juiz Wladimir
Santos Vitozskiy, da 16ª Vara Federal do Rio, questionamento sobre se os documentos devem ser
periciados em Brasília ou ser enviados para o Rio.
As buscas foram pedidas no sábado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro como parte de uma investigação sobre lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal recebeu o
mandado no fim da tarde de domingo e o cumpriu na segunda-feira. O delegado da Polícia Federal Antonio Augusto Cesar Nunes
disse que não houve demora na
realização das buscas.
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