São Paulo, segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

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Após pesquisa, PSDB e DEM expressam divergência

Grupo de Alckmin defende aliança em torno de seu nome, mais bem colocado

Pesquisa revelou aumento na intenção de voto para o tucano; apoiadores de Kassab indicam tentativa de adiar definição de nome

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A última pesquisa Datafolha de intenção de voto para a prefeitura de São Paulo, divulgada ontem, deverá aprofundar os debates na aliança DEM-PSDB em torno de um nome de consenso. O ex-governador tucano Geraldo Alckmin cresceu três pontos percentuais em relação à pesquisa anterior (de 26% para 29%), enquanto o prefeito Gilberto Kassab (DEM) oscilou um ponto percentual para baixo (de 12% para 13%).
A segunda colocada na pesquisa continuou sendo a ex-prefeita e atual ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), que teve oscilação positiva de um ponto percentual (de 24% para 25%). De acordo com o Datafolha, há "situação de empate técnico" entre Alckmin e Marta.
Ambos reagiram ontem ao resultado da pesquisa com frases protocolares. "É bom saber que meu trabalho como prefeita e como ministra recebe o apoio de parcela tão significativa da população da minha cidade, em particular dos mais humildes", disse Marta por e-mail. Por meio da assessoria, Alckmin afirmou: "Fico muito feliz, principalmente por entender que é um reconhecimento ao meu trabalho como governador e ao jeito tucano de governar. Com relação à candidatura à prefeitura, não há uma definição ainda".
"Nossa preocupação não são as eleições. Elas não podem interferir nas ações administrativas", disse ontem Kassab, após inaugurar um conjunto habitacional em São Miguel (zona leste). Ao falar sobre a pesquisa, Kassab se disse "bastante motivado". Ressaltou a subida de 33% para 35% dos que avaliam sua gestão com "boa".
O clima entre os apoiadores de Alckmin e de Kassab, contudo, não é tão anódino. Apoiador de Alckmin, o deputado federal Edson Aparecido (PSDB) disse que, "mesmo respeitando o aumento da aprovação da gestão Kassab", a pesquisa indicou que "a sociedade está dizendo que Alckmin é o candidato mais forte e com maior viabilidade para derrotar o PT".
Walter Feldman (PSDB), deputado federal licenciado e secretário de Esportes de Kassab, manifestou uma possível tendência: a de se postergar a decisão sobre o nome da aliança DEM-PSDB. Se a estratégia prevalecer, Kassab ganharia tempo para tentar melhor resultado nas pesquisas futuras.
"O ideal é deixar a definição do nome para mais perto da eleição. Não deveríamos antecipar a decisão. A manifestação entre março e junho pode ser prejudicial para os potenciais candidatos", disse Feldman.
Citando risco de governabilidade, o deputado fez um apelo para que não haja duas candidaturas no bloco. "O que é mais certo, a manutenção do governo ou a candidatura?", indagou Feldman. Para ele, dois candidatos entre os aliados criariam uma situação embaraçosa. "Quem participa desse governo [de Kassab] vai ficar paralisado no primeiro turno. Vai ser uma situação maluca. Não posso deixar de defender um governo de que participo", disse Feldman. (RUBENS VALENTE, RICARDO SANGIOVANNI E CATIA SEABRA)


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