São Paulo, segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

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INVESTIGAÇÃO

CPI das ONGs já começa com acordo para poupar governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com a promessa de que vai deslanchar, a CPI das ONGs marcou para depois de amanhã sua primeira reunião do ano para apreciar requerimentos de quebra de sigilos. Em entendimento prévio, no entanto, governistas e oposicionistas já definiram que o início dos trabalhos não vai se concentrar em casos que atinjam frontalmente os governos atual e anterior.
"A CPI precisa funcionar e não politizar tudo", disse o senador Raimundo Colombo (DEM-SC), presidente da CPI. "Mas o governo não poderá se omitir diante de um fato grave", completou.
Na quarta-feira passada, Colombo reuniu-se com o relator da CPI, Inácio Arruda (PC do B-CE). No encontro, que contou com a presença de Sibá Machado (PT-AC) e Heráclito Fortes (DEM-PI), ficou definido que a comissão retomaria seus trabalhos "sem chutes na canela".
Criada há cinco meses, a CPI das ONGs não aprovou nenhum requerimento de quebra de sigilo, o que até agora inviabilizou parte dos trabalhos. Mesmo assim, técnicos a serviço de Colombo traçaram linhas de investigação, esbarrando em dados que podem incomodar o governo.
Ontem, o presidente da CPI afirmou que a comissão vai investigar o convênio firmado pelo Incra com o Ifas (Instituto Nacional de Formação e Assessoria Sindical), ONG de Goiás ligada à CUT e ao PT. Segundo a revista "Época" desta semana, o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, um dos pivôs do escândalo do mensalão, foi um dos seus fundadores.
O convênio é de R$ 7 milhões, dos quais R$ 4,6 milhões já foram repassados pelo Incra ao Ifas. "Até agora ainda não sabemos para onde foi o dinheiro", disse Raphael Perissé, procurador da República em Goiás que cuida do caso. "Não prestaram contas, por isso pedi a suspensão dos repasses [o que ocorreu em novembro]."
Por meio de sua assessoria, o Incra nega haver irregularidades no convênio. Além disso, o instituto afirma que tomou por iniciativa própria a decisão de suspender o pagamento dos repasses ao Ifas. (ADRIANO CEOLIN)


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