São Paulo, segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

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Empresa contesta concorrência do STF

Derrotada no pregão eletrônico alega que vencedora usou documento falso para homologar licitação

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Uma concorrência do STF (Supremo Tribunal Federal) é contestada por uma empresa, que aponta a aceitação de documentos falsos para permitir a homologação de licitação para a compra de equipamentos de raios-X. A Ebco Systems -que atua no mercado de segurança - perdeu o pregão eletrônico e recorreu do resultado.
A empresa entrou com um mandado de segurança na Justiça Federal e com uma representação no TCU (Tribunal de Contas da União) afirmando que a empresa vencedora, VMI Sistemas de Segurança -representante da chinesa Nuctech-, ofereceu um produto que não atendia às exigências do edital. A licitação foi homologada, um dia após o pregão eletrônico.
O STF afirmou que a licitação foi suspensa, e o resultado das diligências deve sair nesta semana. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público Federal. A VMI afirmou que os equipamentos são melhores do que pedidos no edital e que atendem às exigências.
Entre os documentos supostamente falsificados apresentados pela VMI, citado pela Ebco nos recursos, encontra-se uma carta enviada de Pequim (China), por um representante da Nuctech -fabricante do equipamento oferecido ao STF- assegurando que o equipamento poderia sofrer intervenções, se necessárias, para se adequar ao edital. A Ebco entendeu a carta como um reconhecimento de que o raio-X não atendia ao edital quando oferecido.
A carta indica, no cabeçalho de envio, a data de 16 de janeiro. No mesmo dia uma cópia foi autenticada num cartório em Lagoa Santa (MG), de acordo com o selo do documento. De acordo com a VMI, a carta foi enviada por fax, sem apresentação de documento original.
A VMI venceu pregão eletrônico, realizado no dia 27 de setembro, ao oferecer quatro máquinas de raios-X (usada para examinar o conteúdo de malas e bolsas) por R$ 486.390. O edital exigia que as dimensões do túnel de entrada das malas fossem entre 60 e 70 centímetros de largura e entre 30 e 40 centímetros de altura.
Após o resultado, a vencedora deveria enviar cópia por fax das especificações do material. Os originais deveriam ser encaminhados em três dias. A VMI apresentou folder do raios-X indicando como dimensão do túnel 60 cm por 40 cm.
A Ebco alegou que folder distribuído pela Nuctech numa feira em maio de 2007, com a mesma diagramação enviada pela VMI ao STF, indicava como dimensão do túnel 60 cm por 50,5 cm. Enviou ainda cópia da página na internet da Nuctech com as dimensões.


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