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Jornal da Câmara cita
verba paga no Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Irritado com a cúpula do Senado desde a fracassada tentativa de
aumentar em 67% o salário dos
congressistas, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), resolveu dividir com os senadores o desgaste pela decisão de
anteontem de reajustar em 25% a
verba dos deputados para o pagamento de salário de assessores.
Aliados de Severino sugeriram
anteontem e ontem a seguinte
"pauta" aos repórteres: comparar
a verba de gabinete da Câmara,
que foi a R$ 44.187 mensais -e
deve chegar a R$ 50,8 mil-, com
a do Senado, que, segundo eles, é
de R$ 66 mil.
O "Jornal da Câmara" aceitou a
pauta. O tablóide de 5.000 exemplares trouxe em sua edição de
ontem uma nota sobre o aumento
de 25%, afirmando que o seu objetivo é "aproximar a verba de gabinete dos deputados ao valor recebido pelos senadores, que
atualmente é de R$ 66 mil".
A Secretaria de Comunicação
Social da Câmara negou ter havido ingerência da presidência da
Casa, afirmando que os dados da
nota "são públicos". Dias atrás, o
jornal recebeu uma reprimenda
de Severino, que queria ver mais
discursos de deputados relatados.
O curioso é que a informação
sobre a verba do Senado é generosa. Levantamento feito pela Folha
no Siafi (Sistema Integrado de
Administração Financeira da
União) e com base em informações de funcionários do Senado
mostra que só o salário de 11 dos
20 assessores de cada gabinete
custa mensalmente aos cofres públicos R$ 72.421.
Ao contrário da Câmara, a Presidência do Senado e sua direção
se recusam a informar os valores
gastos com assessores.
(RB)
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