KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas afastou ontem um médico do Hospital Unidade Mista de Boca do Acre (900 km a oeste de Manaus) acusado de abusar sexualmente de uma índia de 15 anos da etnia apurinã. O caso ocorreu no domingo em uma sala do hospital, administrado pelos governos estadual e federal.
Em relato enviado à Secretaria pelo hospital, a índia, grávida de nove meses, disse que sofria dores do parto, quando o médico Lúcio Feitosa Costa a forçou a fazer sexo oral. "Contava que sentia dores. O médico colocou o pênis na minha boca."
As enfermeiras Nádia Neto de Souza e Socorro Cruz disseram que encontraram a índia por volta das 12h30 (hora local) de domingo, suplicando para não ficar sozinha. Estranharam o comportamento e a índia revelou o abuso. Levada para a sala de parto, deu à luz às 13h14.
Por telefone, o administrador do hospital, Antônio Carlos Lopes, disse que o médico sumiu da unidade. A reportagem não localizou Feitosa nem seu advogado.
Segundo o secretário da Saúde, Wilson Alecrim, foi aberta sindicância e despachada denúncia para o Ministério Público Estadual. A Câmara de Boca do Acre registrou queixa no Conselho Regional de Medicina. Segundo o delegado Miguel de Araújo Beckman, há outra ocorrência contra o médico, acusado de estuprar menor branca em Pauini (AM).


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