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São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2003

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PSDB quer fazer PT reconhecer que errou ao não apoiar proposta de FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A exemplo do que fez quando pediu para o PT declarar por escrito que queria prorrogar de 2002 para 2003 a alíquota de 27,5% do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física), a oposição pretende constranger o governo e levá-lo a reconhecer que errou ao não apoiar as reformas propostas por Fernando Henrique Cardoso.
PSDB e PFL pensam ainda em condicionar a votação dos projetos ao fim do que chamam de "leviandades", como seriam afirmações feitas pelo Planalto de que Lula fará em um ano reformas que FHC não fez em oito anos.
Tucanos e pefelistas ainda não engoliram também uma declaração do presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), segundo a qual a oposição do PT às reformas era parte de um "projeto de poder".
"Quero que o PT confesse que errou, que está traindo suas propostas de campanha", disse o líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA). "O governo terá de mostrar sua base unida. O Babá [PT-PA], o PDT do Leonel Brizola e o PC do B", afirmou o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM).
Tucanos e pefelistas não se mostraram impressionados com o fato de o presidente Lula ter obtido o apoio dos governadores que se reuniram com ele anteontem. "O governo quer cumplicidade para não ficar muito clara a traição eleitoral", diz Aleluia.
Em 1999, recorda o pefelista, FHC também obteve manifestação parecida. Convidados a falar na comissão especial que trataria da cobrança dos inativos, só um apareceu: Dante de Oliveira (MT), que não conseguiu a eleição para o Senado em 2002.
PSDB e PFL avaliam que serão decisivos para a aprovação das reformas. Crêem que haverá dissidência na base governista. Dizem que não vão entrar com os votos para depois serem acusados pelo PT de não terem feito nada.
De fato, há divergências na base. O líder do PPS, Roberto Freire (PE), aplaudiu a proposta da previdenciária, mas considerou "lamentável" um governo de esquerda não haver entendido que "a reforma tributária é um instrumento de redistribuição de renda".
O PSB promoverá no mês que vem, no Rio, um seminário para debater as reformas. No evento, ficará decidida a forma como a bancada federal do partido votará as reformas no Congresso. Dois pontos em especial foram desaprovados pela governadora: a indefinição sobre onde cobrar o ICMS e a taxação de inativos.


Colaborou a Sucursal do Rio


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