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SAIBA MAIS
Divergências entre governadora e PT começaram na posse
DA REDAÇÃO
A governadora do Rio, Rosinha Matheus (PSB) começou a
criticar o PT logo que assumiu o
governo. Ela acusou Benedita
da Silva (PT), sua antecessora,
de ter deixado apenas R$ 20 milhões em caixa, valor que seria
insuficiente para pagar o salário
dos funcionários. Rosinha também disse que a petista não pagou uma parcela da dívida do
Estado com a União.
Benedita era vice de Anthony
Garotinho (PSB), marido de Rosinha, e assumiu o governo
quando ele saiu do cargo para se
candidatar à Presidência.
O atraso no pagamento da dívida do Estado levou o governo
federal a bloquear o repasse de
R$ 85,8 milhões referentes à arrecadação de ICMS do Rio.
Rosinha disse que o bloqueio
era "perseguição, não a mim,
mas aos funcionários públicos
[do Rio]". Uma liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ilmar Galvão desbloqueou o dinheiro.
Um dia após o anúncio da liminar, Rosinha voltou a criticar
Benedita, acusando-a de ter descumprido a Lei de Responsabilidade Fiscal. "A ex-governadora não pagou ao Banco Central
desde setembro. Não pagou a
dívida com a União. Por que
não bloquearam com ela?"
Na época, tributaristas ouvidos pela Folha disseram que a
lei de fato havia sido descumprida, mas não souberam dizer se a
culpa era de Benedita ou de Garotinho, que deixou o cargo em
abril de 2002.
Desbloqueado o ICMS, o governo federal suspendeu, no dia
10 de janeiro, o repasse de R$ 12
milhões do Fundo de Participação dos Estados e do IPI, do qual
10% da arrecadação deve ser repassada aos Estados.
No final de janeiro, o Rio deixou de pagar mais duas parcelas
da dívida com a União. Na mesma época, o STF suspendeu a liminar que proibia a retenção do
ICMS pela União.
Na última terça-feira, Rosinha
voltou a atacar o governo, dizendo que a cooperação entre o
governo federal e o do Rio no
combate à criminalidade não
saiu do papel e que a única colaboração veio do superintendente da Polícia Federal no Estado,
delegado Marcelo Itagiba, "por
seu esforço pessoal".
Na reunião que Lula teve com
os governadores anteontem para discutir as reformas tributária e previdenciária, Rosinha
protagonizou o momento mais
crítico. Batendo na mesa, ela reclamou que o Rio perde com o
atual sistema de cobrança de
ICMS sobre o petróleo, porque,
embora o Estado seja o maior
produtor, não possui refinarias,
e o ICMS é cobrado no local de
refino.
Lula não teve divergências só
com a governadora. Garotinho
também criticou o governo. Recentemente, chamou o presidente de "petecano" -um tucano com uma estrela no bico-
em alusão à semelhança da política econômica petista com a do
governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
No Congresso, Garotinho dificultou a aprovação da Proposta
de Emenda Constitucional que
altera o artigo 192 da Constituição, articulando votos contrários entre deputados do PSB.
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