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QUESTÃO AGRÁRIA
Líder dos sem-terra, preso desde o dia 25 de abril, aguarda Justiça de Teodoro Sampaio estipular fiança
STJ concede habeas corpus a José Rainha
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
O STJ (Superior Tribunal de
Justiça) concedeu ontem liminar
em habeas corpus para o líder do
MST José Rainha Jr., que está preso desde 25 de abril sob acusação
de porte ilegal de arma de uso restrito. Foi a quarta tentativa de libertá-lo. Rainha, 41, deverá ser
solto assim que a Justiça de Teodoro Sampaio (SP), onde corre
seu processo, definir o valor de
sua fiança. Isso não havia ocorrido até a conclusão desta edição.
O pedido de habeas corpus foi
feito pelo advogado Luiz Eduardo
Greenhalgh e a decisão favorável
foi dada pelo ministro Vicente
Leal, da 6ª Turma do STJ. O ministro determinou que o juiz do
processo, Athis de Araújo Oliveira, arbitrasse a fiança para a concessão da liberdade provisória.
A decisão do STJ foi saudada
com fogos de artifício no acampamento que o MST mantém desde
a última quarta-feira em frente ao
Fórum de Sampaio.
Apesar da decisão favorável a
Rainha, o líder dos sem-terra poderia permanecer preso até manhã de hoje. O advogado Hamiltom Belloto Henriques estava
com dificuldades para localizar o
juiz Oliveira na noite de ontem. O
plantão judiciário na região do
Pontal só funciona neste final de
semana a partir das 9h de hoje, na
comarca de Presidente Prudente.
Foi a quarta tentativa de libertar
Rainha. Antes, os juízes Oliveira e
Fábio Mendes Ferreira haviam
negado o relaxamento da prisão
em duas oportunidades. Consultado, o desembargador Adalberto
Denser de Sá, do TJ (Tribunal de
Justiça) de São Paulo, também havia negado.
Rainha foi detido durante uma
blitz da Polícia Militar em Euclides da Cunha (oeste de SP). Foi
encontrada, no Gol em que estava, uma escopeta CBC 12 de uso
restrito. O motorista do carro, José Luiz Silva Santos, disse à PM na
hora que a arma era sua. Ao chegar na delegacia, porém, depôs
contra Rainha -afirmou que a
escopeta era do líder dos sem-terra do Pontal do Paranapanema.
Na terça-feira, Santos foi ouvido
em juízo no Fórum de Teodoro
Sampaio, onde reafirmou a versão dada à Polícia Civil. Antes de
depor, porém, disse que iria manter a primeira afirmação, de que a
arma era sua.
Os advogados de Rainha protestaram, criticando o procedimento judicial no qual as testemunhas ficaram todas juntas,
além de ver indução contra o militante do MST nas perguntas.
Se for condenado no processo,
Rainha poderá pegar entre dois e
quatro anos de reclusão.
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