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São Paulo, domingo, 18 de maio de 2003

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"Febre do ouro" atrai comerciantes

DA AGÊNCIA FOLHA, EM ALTAMIRA (PA)

"Garimpo é um vício, uma febre. Tudo o que o garimpeiro ganha gasta na mesma noite. Poucos conseguem guardar dinheiro e é muito difícil ver um garimpeiro rico. É um estilo de vida."
Com essa frase, o garimpeiro José Monteiro Teixeira, 46, o Marupá, resume os 18 anos em que trabalhou em mais de dez garimpos espalhados pelo país.
Mas a febre do ouro não atrai apenas garimpeiros. Cozinheiras, comerciantes, barqueiros e até operadores de rádio amador se mudaram para o garimpo de Jurucuá nos últimos quatro meses.
Ricardo Alves da Silva, 34, montou uma barraca com um equipamento de rádio amador e cobra -em ouro- para fazer contatos com outras localidades.
"Com esse equipamento a gente consegue falar em qualquer lugar do mundo. Já temos anotadas todas frequências que os garimpeiros querem se comunicar."
O valor do contato via rádio amador depende da frequência, mas custa em média meio grama de ouro. O equipamento serve para que os comerciantes façam encomendas para os barqueiros trazerem mantimentos ao garimpo -caso do comerciante Josibias de Figueiredo Lemos, 58, que investiu cerca de R$ 6.000 para montar um bar-merceraria em um dos pontos mais frequentados pelos garimpeiros à noite.
Lemos instalou no bar a única TV via satélite do garimpo para atrair a clientela, principalmente em dia de jogos de futebol. (MS)


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