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Presidente diz que prefere "passinhos"
DAS ENVIADAS A GOIÂNIA (GO)
Ao falar sobre desemprego e
crescimento econômico, ontem
em Goiânia, Luiz Inácio Lula da
Silva disse que, se quiserem "jogar" nele a culpa pelo desemprego, "podem jogar". Ao reafirmar
os rumos da política econômica,
disse que "um passinho aqui e um
passinho ali" são mais sólidos do
que um grande passo.
"Às vezes um passinho aqui e
um passinho ali são mais sólidos
do que um grande passo que te dá
uma distensão muscular e você
não consegue dar o segundo passo", disse Lula durante discurso
na cerimônia de abertura da 45º
reunião da Frente Nacional de
Prefeitos, em Goiânia.
O presidente ressaltou que o desemprego é fruto de um modelo
econômico arraigado no país. "Se
quiserem jogar a culpa do desemprego no presidente da República
podem jogar, mas é um problema
estrutural do modelo que foi estabelecido nesse país há muitos e
muitos anos e que a gente não vai
mudar rapidamente".
O presidente seguiu em defesa
de sua política econômica, que
vem sendo criticada principalmente em razão da lentidão com
que o governo reduz a taxa de juros básica da economia.
"É preciso que a gente tenha
certeza de que o caminho que vamos percorrer é árduo, difícil, não
tem solução mágica, não tem varinha de condão", disse Lula. Segundo ele, essa pode até ser uma
maneira mais lenta de conquistar
os objetivos, mas, é a mais segura.
"É mais demorado do que aquilo que todos nós queremos, mas
temos que fazer isso de forma sólida, sem mágica, sem milagres."
Ao falar sobre passos seguros,
Lula disse que governa adotando
essa filosofia. "Nunca gostei de
pagar prestação e sempre tive medo de ficar desempregado. O governo age do mesmo jeito: não
darei nenhum passo que eu não
tenha sustentação de que posso
cumpri-lo. Vai ser mais demorado, mas quem demorou tanto para chegar à Presidência tem que ir
sem pressa para não fazer as coisas de forma atabalhoada."
O presidente admitiu que governar dessa forma mais pausada
é angustiante. "De vez em quando, fico ansioso e com a pressão
acima da média nacional porque
quero que as coisas aconteçam."
Lula disse ainda que cobra resultados dos seus ministros "todo
santo dia", mas que o limite para
tudo -inclusive para atender a
reivindicações- é "bom senso."
Bem-humorado, elogiou o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), com quem o PT, partido de Lula, tem planos de fazer
coligação com vistas às próximas
eleições municipais, em outubro.
"De vez em quando penso que
estamos no mesmo partido", disse referindo-se a Perillo e a Ronaldo Lessa (PSB), governador de
Alagoas.
(GA E FK)
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