São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2004

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Lula defende equipe econômica "dura"

DAS ENVIADAS A GOIÂNIA (GO)

Pressionado por pedidos de liberação de recursos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem a prefeitos de 21 capitais que ficaria mais preocupado se sua equipe econômica fosse "mole" e atendesse a qualquer pedido. Lula também teria demonstrado preocupação com o preço internacional do petróleo.
"Em matéria de finanças, o que preocupa é quando a equipe é mole e atende a qualquer pedido", disse Lula, segundo relato de participantes da reunião. E continuou: "É bom que a equipe econômica seja dura na análise dos pleitos porque é ela quem toma conta do dinheiro dos brasileiros", disse.
Lula falou sobre a equipe econômica depois de ouvir uma das principais reivindicações dos prefeitos, que é a desburocratização do acesso ao crédito para investimentos públicos. "A dureza da equipe econômica não está impermeável à busca de alternativas para a liberação de crédito", teria respondido Lula.
Os prefeitos reuniram-se ontem à tarde em Goiânia com Lula, durante três horas e meia, antes da abertura oficial da 45ª reunião da Frente Nacional de Prefeitos, da qual Lula também participou.

Petróleo
De acordo com os prefeitos, o presidente se disse preocupado, na reunião, com o aumento do preço do petróleo no mercado internacional. O assunto veio à tona quando os prefeitos pediram novamente a redução em 50% do preço do óleo diesel para o transporte coletivo com o objetivo de reduzir o valor das tarifas.
"O presidente disse não saber como vai reagir a Petrobras, agora que o petróleo tem o preço mais alto da história, por isso não poderia se comprometer com a redução do preço do diesel", afirmou o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), que participou da reunião. Também participaram do encontro os ministros Aldo Rebelo (Coordenação Política), Tarso Genro (Educação), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Olívio Dutra (Cidades) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência).
Lula anunciou ainda que vai enviar ao Congresso, até a próxima semana, projeto de lei que institui o marco regulatório para o setor de saneamento básico. A titularidade dos serviços vai ficar com os municípios, ou seja, eles vão decidir se vão explorar o setor sozinho ou se vão fazer concessões.
Na porta do local onde se realizou a abertura do evento, cerca de 70 trabalhadores do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) fizeram um protesto contra a política de reforma agrária do governo federal. O presidente não os viu porque entrou pela parte dos fundos. (GA E FK)


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