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Lula defende equipe econômica "dura"
DAS ENVIADAS A GOIÂNIA (GO)
Pressionado por pedidos de liberação de recursos, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem a prefeitos de 21 capitais que
ficaria mais preocupado se sua
equipe econômica fosse "mole" e
atendesse a qualquer pedido. Lula
também teria demonstrado preocupação com o preço internacional do petróleo.
"Em matéria de finanças, o que
preocupa é quando a equipe é
mole e atende a qualquer pedido",
disse Lula, segundo relato de participantes da reunião. E continuou: "É bom que a equipe econômica seja dura na análise dos
pleitos porque é ela quem toma
conta do dinheiro dos brasileiros", disse.
Lula falou sobre a equipe econômica depois de ouvir uma das
principais reivindicações dos prefeitos, que é a desburocratização
do acesso ao crédito para investimentos públicos. "A dureza da
equipe econômica não está impermeável à busca de alternativas
para a liberação de crédito", teria
respondido Lula.
Os prefeitos reuniram-se ontem
à tarde em Goiânia com Lula, durante três horas e meia, antes da
abertura oficial da 45ª reunião da
Frente Nacional de Prefeitos, da
qual Lula também participou.
Petróleo
De acordo com os prefeitos, o
presidente se disse preocupado,
na reunião, com o aumento do
preço do petróleo no mercado internacional. O assunto veio à tona
quando os prefeitos pediram novamente a redução em 50% do
preço do óleo diesel para o transporte coletivo com o objetivo de
reduzir o valor das tarifas.
"O presidente disse não saber
como vai reagir a Petrobras, agora
que o petróleo tem o preço mais
alto da história, por isso não poderia se comprometer com a redução do preço do diesel", afirmou o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), que participou da reunião. Também participaram do encontro os ministros
Aldo Rebelo (Coordenação Política), Tarso Genro (Educação), Patrus Ananias (Desenvolvimento
Social), Olívio Dutra (Cidades) e
Luiz Dulci (Secretaria-Geral da
Presidência).
Lula anunciou ainda que vai enviar ao Congresso, até a próxima
semana, projeto de lei que institui
o marco regulatório para o setor
de saneamento básico. A titularidade dos serviços vai ficar com os
municípios, ou seja, eles vão decidir se vão explorar o setor sozinho
ou se vão fazer concessões.
Na porta do local onde se realizou a abertura do evento, cerca de
70 trabalhadores do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra) fizeram um protesto
contra a política de reforma agrária do governo federal. O presidente não os viu porque entrou
pela parte dos fundos.
(GA E FK)
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