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Deputado diz que não é mais um "troglodita"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Como parte de sua defesa, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) procurou mostrar, em seu
discurso, que é uma nova pessoa,
distante da imagem que tinha de
"troglodita" quando integrava a
tropa de choque do ex-presidente
Fernando Collor (1990-1992).
Em alguns momentos, a fala assemelhou-se a sessão de psicanálise. "Há um preconceito contra
mim que eu não consegui quebrar, e é culpa minha. Confesso
que no passado eu vendia aquela
imagem de troglodita mesmo."
Jefferson entrou no assunto ao
comentar reportagem do jornalista Expedito Filho, de "O Estado
de S. Paulo", que citava seu passado. O deputado, na época, pesava
175 kg e andava de arma na cintura. Era famoso pelo pavio curto.
"Lembro-me de que na sessão
solene pela morte do deputado
Luís Eduardo Magalhães [em
1998] eu estava de terno de linho
branco, era gordo, enorme. O senador Antonio Carlos Magalhães
[pai de Luís Eduardo] presidia a
sessão e me chamou. Subi a esta
tribuna e cheguei ofegante."
A prática do tiro, segundo ele,
era uma muleta, para combater a
rejeição que sentia. "Eu queria
vender a imagem do homem valente, bravo. Descobri isso na terapia. Precisava enxergar medo
para não ver rejeição. Eu era uma
espécie de fantasma da ópera, eu
era o fantasma do Parlamento."
Porém, disse Jefferson ontem ao
plenário, ele mudou. Fez cirurgia
de redução de estômago e emagreceu. Largou as armas e hoje
canta óperas. "Sou muito mais sereno, muito mais calmo, estou
numa situação muito melhor. Minha auto-estima subiu."
O deputado afirmou que o único exagero, ou "excrescência", a
que se permite é ter um jipe Land
Rover. E listou ao plenário lotado
alguns de seus roteiros de férias.
"Gosto de andar de jipe no deserto do Jalapão, já visitei os cânions do Rio Grande do Sul, as
praias do Nordeste, Lençóis Maranhenses. É o único exagero ao
qual me permito."
(FÁBIO ZANINI)
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