São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2005

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Ex-assessor diz em carta ser alvo de armação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PTB, deputado federal Roberto Jefferson (RJ), divulgou ontem uma carta que teria sido escrita pelo chefe do Departamento de Contratação dos Correios, Maurício Marinho, em que ele afirma que os R$ 3.000 recebidos na fita gravada não seriam propina, mas adiantamento por uma consultoria.
A carta é endereçada ao presidente dos Correios, João Henrique de Almeida Sousa, e ao diretor de Administração da empresa, Antônio Osório Batista.
"Que vergonha senti quando vi estampado no vídeo a entrega do pacote com R$ 3.000 como se fosse uma propina, quando na verdade, sem nada ter acertado, entregaram como se fosse um adiantamento ao contrato de consultoria que iríamos firmar", diz.
Marinho afirma ter sido procurado por um falso empresário de uma companhia fictícia, a GE-Golden Equipment: "Não poderia negar-me a receber qualquer fornecedor e prestar todas as informações do processo de compra e contratações, até porque são normas que constam dos manuais da empresa. (...) A empresa aproveitou dessa oportunidade para convidar-me a prestar consultoria no desenvolvimento de projetos básicos a serem implementados em grandes organizações", afirma.
Mais adiante, diz que caiu em uma armadilha: "Tenho consciência, ao verificar agora a fita, de que houve uma armadilha".
Marinho admite ter sido ingênuo ao aceitar a proposta. "Confesso que fui ingênuo ao imaginar que poderia desenvolver meu potencial de trabalho em outro horário que não o da ECT e onde poderia auferir ganhos para o melhor sustento de minha família."
Também nega que seja amigo de Jefferson e, em várias ocasiões, pede desculpas: "Perdão, família ecetista [de ECT, Empresa de Correios e Telégrafos]", diz, logo no começo. "Errei, confesso que errei. Fui enganado", afirma mais à frente. "Peço perdão a Deus", afirma, no final. (FÁBIO ZANINI)

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