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Ex-assessor diz em carta ser alvo de armação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do PTB, deputado
federal Roberto Jefferson (RJ), divulgou ontem uma carta que teria
sido escrita pelo chefe do Departamento de Contratação dos Correios, Maurício Marinho, em que
ele afirma que os R$ 3.000 recebidos na fita gravada não seriam
propina, mas adiantamento por
uma consultoria.
A carta é endereçada ao presidente dos Correios, João Henrique de Almeida Sousa, e ao diretor de Administração da empresa,
Antônio Osório Batista.
"Que vergonha senti quando vi
estampado no vídeo a entrega do
pacote com R$ 3.000 como se fosse uma propina, quando na verdade, sem nada ter acertado, entregaram como se fosse um
adiantamento ao contrato de consultoria que iríamos firmar", diz.
Marinho afirma ter sido procurado por um falso empresário de
uma companhia fictícia, a GE-Golden Equipment: "Não poderia
negar-me a receber qualquer fornecedor e prestar todas as informações do processo de compra e
contratações, até porque são normas que constam dos manuais da
empresa. (...) A empresa aproveitou dessa oportunidade para convidar-me a prestar consultoria no
desenvolvimento de projetos básicos a serem implementados em
grandes organizações", afirma.
Mais adiante, diz que caiu em
uma armadilha: "Tenho consciência, ao verificar agora a fita, de
que houve uma armadilha".
Marinho admite ter sido ingênuo ao aceitar a proposta. "Confesso que fui ingênuo ao imaginar
que poderia desenvolver meu potencial de trabalho em outro horário que não o da ECT e onde poderia auferir ganhos para o melhor sustento de minha família."
Também nega que seja amigo
de Jefferson e, em várias ocasiões,
pede desculpas: "Perdão, família
ecetista [de ECT, Empresa de Correios e Telégrafos]", diz, logo no
começo. "Errei, confesso que errei. Fui enganado", afirma mais à
frente. "Peço perdão a Deus", afirma, no final.
(FÁBIO ZANINI)
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