São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2005

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2006 EM RISCO

Ex-vereador que fez denúncias volta atrás em suas declarações

Garotinho diz que não ofendeu juíza

DA SUCURSAL DO RIO

O secretário estadual de Governo e Coordenação do Rio e presidente regional do PMDB, Anthony Garotinho, disse não considerar ofensas pessoais as declarações em que acusou a juíza eleitoral de Campos Denise Appolinária de ser simpatizante de um partido político (o PT) e de ter cometido injustiças em sua decisão.
"Não foi ofensa pessoal. Eu me senti injustiçado porque quem cometeu a fraude eleitoral em Campos foi o governo que estava instalado no município." A juíza foi a autora da sentença que o condenou a perder os direitos políticos por três anos.
Garotinho disse não se preocupar com problemas que possa vir a enfrentar com os líderes do seu partido. "Os que me apóiam vão continuar apoiando. Os que são contra mim continuarão contra."
Ele criticou o que chama de "ditadura da mídia". "Teve a ditadura militar e agora temos a ditadura da mídia tentando impor a sua opinião. No entanto, devemos lembrar que ninguém deve ser condenado ou absolvido pelo que sai nos jornais."
Na sexta-feira passada, a juíza Denise Appolinária condenou Garotinho e a mulher, a governadora Rosinha Matheus, sob a acusação de abuso de poder econômico durante a campanha do candidato do PMDB à Prefeitura de Campos (cidade a 280 km do Rio), Geraldo Pudim, em 2004.
A juíza condenou Rosinha a pagar multa de 100 mil Ufir's (cerca de R$ 106 mil). Garotinho foi multado em 50 mil Ufir's (R$ 53 mil).
A juíza concluiu que, para beneficiar o candidato em Campos, Garotinho e Rosinha colocaram à disposição da candidatura programas como o Cheque-Cidadão (distribuição de cheques de R$ 100), o Morar Feliz (casas a R$ 1) e o Jovens pela Paz (contratação para um tipo de guarda).

Ex-vereador
Poucos dias após ter declarado que comprou votos de eleitores de Campos dos Goytacazes com recursos repassados pelo PMDB, o ex-candidato a vereador do PL Jocinaldo Elias da Silva, 40, voltou atrás nas suas afirmações.
"Fui induzido ao erro por elementos inescrupulosos que me estimularam a dar entrevistas nos meios de comunicação", disse ele sem revelar quem teria supostamente lhe orientado.
Silva havia dito que recebera R$ 38 mil em notas de R$ 50 que foram usados para pagamento dos eleitores no dia da eleição. Afirmara também que decidiu tornar pública a suposta compra de votos porque Garotinho teria lhe prometido emprego no Estado e não cumpriu a promessa.
O ex-candidato havia dito também ter recebido ajuda financeira do PMDB para pagar cem cabos eleitorais no dia da eleição.
Como foi derrotado, passou a trabalhar para Geraldo Pudim, que era o candidato do PMDB apoiado por Garotinho.


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