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2006 EM RISCO
Ex-vereador que fez denúncias volta atrás em suas declarações
Garotinho diz que não ofendeu juíza
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário estadual de Governo e Coordenação do Rio e presidente regional do PMDB, Anthony Garotinho, disse não considerar ofensas pessoais as declarações em que acusou a juíza eleitoral de Campos Denise Appolinária de ser simpatizante de um partido político (o PT) e de ter cometido injustiças em sua decisão.
"Não foi ofensa pessoal. Eu me
senti injustiçado porque quem
cometeu a fraude eleitoral em
Campos foi o governo que estava
instalado no município." A juíza
foi a autora da sentença que o
condenou a perder os direitos políticos por três anos.
Garotinho disse não se preocupar com problemas que possa vir
a enfrentar com os líderes do seu
partido. "Os que me apóiam vão
continuar apoiando. Os que são
contra mim continuarão contra."
Ele criticou o que chama de "ditadura da mídia". "Teve a ditadura militar e agora temos a ditadura da mídia tentando impor a sua
opinião. No entanto, devemos
lembrar que ninguém deve ser
condenado ou absolvido pelo que
sai nos jornais."
Na sexta-feira passada, a juíza
Denise Appolinária condenou
Garotinho e a mulher, a governadora Rosinha Matheus, sob a acusação de abuso de poder econômico durante a campanha do
candidato do PMDB à Prefeitura
de Campos (cidade a 280 km do
Rio), Geraldo Pudim, em 2004.
A juíza condenou Rosinha a pagar multa de 100 mil Ufir's (cerca
de R$ 106 mil). Garotinho foi multado em 50 mil Ufir's (R$ 53 mil).
A juíza concluiu que, para beneficiar o candidato em Campos,
Garotinho e Rosinha colocaram à
disposição da candidatura programas como o Cheque-Cidadão
(distribuição de cheques de
R$ 100), o Morar Feliz (casas a
R$ 1) e o Jovens pela Paz (contratação para um tipo de guarda).
Ex-vereador
Poucos dias após ter declarado
que comprou votos de eleitores
de Campos dos Goytacazes com
recursos repassados pelo PMDB,
o ex-candidato a vereador do PL
Jocinaldo Elias da Silva, 40, voltou
atrás nas suas afirmações.
"Fui induzido ao erro por elementos inescrupulosos que me
estimularam a dar entrevistas nos
meios de comunicação", disse ele
sem revelar quem teria supostamente lhe orientado.
Silva havia dito que recebera
R$ 38 mil em notas de R$ 50 que
foram usados para pagamento
dos eleitores no dia da eleição.
Afirmara também que decidiu
tornar pública a suposta compra
de votos porque Garotinho teria
lhe prometido emprego no Estado e não cumpriu a promessa.
O ex-candidato havia dito também ter recebido ajuda financeira
do PMDB para pagar cem cabos
eleitorais no dia da eleição.
Como foi derrotado, passou a
trabalhar para Geraldo Pudim,
que era o candidato do PMDB
apoiado por Garotinho.
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