|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Confronto deixa sete feridos no RS
DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Quatro integrantes do MST e
três policiais militares ficaram feridos ontem durante uma tentativa de invasão ao prédio que abriga a Receita Federal e o Ministério
da Fazenda, em Porto Alegre. Já
em Recife, cerca de 500 militantes
do movimento bloquearam, por
cerca de duas horas, a entrada do
prédio do Banco Central.
As manifestações no Rio Grande do Sul e em Pernambuco aconteceram no mesmo dia em que
militantes do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra
marcharam pelas ruas de Brasília,
depois de percorrerem 200 km de
Goiânia a Brasília para pressionar
o governo pela reforma agrária.
Em Porto Alegre, segundo a
coordenação estadual do MST, a
Brigada Militar reprimiu a ação
com violência e os agricultores revidaram: "Não dá para ficar embaixo dos cavalos [usados pela
Brigada] sem reagir", disse João
Cardoso, da coordenação estadual do movimento.
O comando da Brigada Militar
disse que a agressão partiu de um
grupo de sem-terra que, armado
com pedaços de paus, atacou um
policial militar e destruiu a moto
que ele usava. Segundo o comandante do 9º Batalhão da Brigada
Militar, Jones Calixtrato, o confronto se acirrou quando um grupo de agricultores tentou retirar
um sem-terra que estava detido
dentro de um carro da polícia.
O confronto aconteceu durante
uma manifestação contra a política econômica do governo federal.
Na avaliação da Brigada Militar,
cerca de 600 agricultores participavam do protesto. Para o MST,
eram 1.300. Os sem-terra estão
acampados desde anteontem no
Parque da Harmonia, que fica
próximo ao prédio da Receita.
Segundo o coordenador estadual do MST, os quatro sem-terra
feridos foram atendidos no Hospital de Pronto Socorro e liberados. Os três policiais feridos, atingidos por pauladas, foram atendidos e também liberados, segundo
o tenente-coronel Calixtrato.
Ao contrário do que aconteceu
em Porto Alegre, não houve confronto com a polícia em Recife,
durante o bloqueio da entrada do
prédio do Banco Central. A PM
acompanhou o protesto, mas não
interveio. Os sem-terra gritaram
palavras de ordem e pediram a
saída do presidente do BC, Henrique Meirelles, e do ministro da
Fazenda, Antonio Palocci.
O ato encerrou uma caminhada
de dois quilômetros na capital,
realizada em comemoração à chegada, em Brasília, dos participantes da marcha pela reforma agrária. Antes de chegar ao prédio, o
grupo caminhou até o Consulado
dos EUA, onde reclamou da "intervenção dos americanos nos
movimentos sociais brasileiros" e
das "ações militares no mundo".
(SÍLVIA FREIRE e FÁBIO GUIBU)
Texto Anterior: Campo minado: Sem-terra e polícia se enfrentam na Esplanada Próximo Texto: Campo minado: MST diz não a Lula e ameaça acampar no DF Índice
|