São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2005

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Confronto deixa sete feridos no RS

DA AGÊNCIA FOLHA

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Quatro integrantes do MST e três policiais militares ficaram feridos ontem durante uma tentativa de invasão ao prédio que abriga a Receita Federal e o Ministério da Fazenda, em Porto Alegre. Já em Recife, cerca de 500 militantes do movimento bloquearam, por cerca de duas horas, a entrada do prédio do Banco Central.
As manifestações no Rio Grande do Sul e em Pernambuco aconteceram no mesmo dia em que militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra marcharam pelas ruas de Brasília, depois de percorrerem 200 km de Goiânia a Brasília para pressionar o governo pela reforma agrária.
Em Porto Alegre, segundo a coordenação estadual do MST, a Brigada Militar reprimiu a ação com violência e os agricultores revidaram: "Não dá para ficar embaixo dos cavalos [usados pela Brigada] sem reagir", disse João Cardoso, da coordenação estadual do movimento.
O comando da Brigada Militar disse que a agressão partiu de um grupo de sem-terra que, armado com pedaços de paus, atacou um policial militar e destruiu a moto que ele usava. Segundo o comandante do 9º Batalhão da Brigada Militar, Jones Calixtrato, o confronto se acirrou quando um grupo de agricultores tentou retirar um sem-terra que estava detido dentro de um carro da polícia.
O confronto aconteceu durante uma manifestação contra a política econômica do governo federal.
Na avaliação da Brigada Militar, cerca de 600 agricultores participavam do protesto. Para o MST, eram 1.300. Os sem-terra estão acampados desde anteontem no Parque da Harmonia, que fica próximo ao prédio da Receita.
Segundo o coordenador estadual do MST, os quatro sem-terra feridos foram atendidos no Hospital de Pronto Socorro e liberados. Os três policiais feridos, atingidos por pauladas, foram atendidos e também liberados, segundo o tenente-coronel Calixtrato.
Ao contrário do que aconteceu em Porto Alegre, não houve confronto com a polícia em Recife, durante o bloqueio da entrada do prédio do Banco Central. A PM acompanhou o protesto, mas não interveio. Os sem-terra gritaram palavras de ordem e pediram a saída do presidente do BC, Henrique Meirelles, e do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
O ato encerrou uma caminhada de dois quilômetros na capital, realizada em comemoração à chegada, em Brasília, dos participantes da marcha pela reforma agrária. Antes de chegar ao prédio, o grupo caminhou até o Consulado dos EUA, onde reclamou da "intervenção dos americanos nos movimentos sociais brasileiros" e das "ações militares no mundo".
(SÍLVIA FREIRE e FÁBIO GUIBU)


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