São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAIBA MAIS

Pacotes surgem após protestos ou assassinatos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pacotes recheados de promessas para a reforma agrária têm vindo, nos últimos anos, sempre a reboque de pressões, por meio de marchas e invasões de terra e prédios públicos, ou de assassinatos de trabalhadores rurais sem terra.
Um caso emblemático ocorreu em 1996, quando 19 sem-terra foram assassinados em confronto com policiais militares em Eldorado do Carajás (PA). Duas semanas após o massacre, sob pressões vindas até do exterior, o governo Fernando Henrique Cardoso criou o Ministério Extraordinário de Política Fundiária, mais tarde convertido no atual Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Para conter as críticas dos sem-terra, o governo FHC também inflou os seus balanços de reforma agrária. No lugar dos supostos assentados, para cumprir suas metas, havia terrenos baldios e camponeses sem casa e estrutura básica.
Já no governo Lula, além do pacote ambiental na Amazônia lançado somente após o assassinato da missionária Dorothy Stang, há outros dois casos que indicam o trabalho do Planalto a reboque das reivindicações do MST e outras entidades.
Em novembro de 2003, em menos de uma semana, o governo ampliou sua meta de 355 mil para 400 mil famílias assentadas porque, em meio a uma marcha de 4.000 sem-terra a Brasília, o primeiro anúncio foi chamado de ridículo pelo MST e de mesquinho pela CPT.
Já no início do ano passado, às vésperas do "abril vermelho", Lula prometeu suplementar em R$ 1,7 bilhão o Orçamento do Desenvolvimento Agrário, numa tentativa de acalmar os sem-terra. (EDS)


Texto Anterior: MST erra com anticapitalismo, diz líder
Próximo Texto: Questão indígena: Índios invadem Aracruz Celulose
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.