São Paulo, domingo, 18 de maio de 2008

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Para Maggi, com restrições, "pára tudo"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Protagonista das pressões contrárias a medidas de combate ao desmatamento em reunião no Palácio do Planalto, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), defendeu a suspensão das exigências de regularidade ambiental à concessão de crédito na Amazônia.
Ele alegou que os produtores da região não têm como cumprir as regras baixadas pelo Banco Central.
"Vai parar tudo", disse o governador à Folha. Ele se refere à produção agropecuária no bioma Amazônia, que reúne cerca de 10% dos municípios do país e representa quase metade do território brasileiro. Grande parte da produção poderá parar, disse, se não puder contar com acesso a financiamentos de instituições públicas.
Pouco mais de dois meses depois de contestar dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que indicaram aumento no ritmo de desmatamento na Amazônia, Blairo Maggi se voltou contra uma das principais medidas para reduzir o ritmo das motosserras.
"O cenário [com a aplicação da medida] é o pior possível", sustentou ele.
O governador alegou que apenas uma pequena parcela dos produtores rurais -cerca de 20% da área total de Mato Grosso- dispõe de documentos de regularidade ambiental. Nos demais Estados da Amazônia, segundo Blairo, é ainda menor o número de produtores que dispõem dos documentos exigidos pelo Banco Central.
A responsabilidade pela emissão das certidões é dos órgãos ambientais dos Estados. "Não temos estrutura para recepcionar todas as propriedades", afirmou o governador.
Embora lidere, ao lado do colega Ivo Cassol (Rondônia), o ataque às medidas adotadas para tentar frear o ritmo do desmatamento, o governador se declarou a favor da causa: "Somos cientes de que precisamos manter a política de redução do desmatamento". (MS)


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