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Para Maggi,
com restrições,
"pára tudo"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Protagonista das pressões
contrárias a medidas de
combate ao desmatamento
em reunião no Palácio do
Planalto, o governador de
Mato Grosso, Blairo Maggi
(PR), defendeu a suspensão
das exigências de regularidade ambiental à concessão de
crédito na Amazônia.
Ele alegou que os produtores da região não têm como
cumprir as regras baixadas
pelo Banco Central.
"Vai parar tudo", disse o
governador à Folha. Ele se
refere à produção agropecuária no bioma Amazônia,
que reúne cerca de 10% dos
municípios do país e representa quase metade do território brasileiro. Grande parte da produção poderá parar,
disse, se não puder contar
com acesso a financiamentos de instituições públicas.
Pouco mais de dois meses
depois de contestar dados do
Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais), que indicaram aumento no ritmo
de desmatamento na Amazônia, Blairo Maggi se voltou
contra uma das principais
medidas para reduzir o ritmo das motosserras.
"O cenário [com a aplicação da medida] é o pior possível", sustentou ele.
O governador alegou que
apenas uma pequena parcela
dos produtores rurais -cerca de 20% da área total de
Mato Grosso- dispõe de documentos de regularidade
ambiental. Nos demais Estados da Amazônia, segundo
Blairo, é ainda menor o número de produtores que dispõem dos documentos exigidos pelo Banco Central.
A responsabilidade pela
emissão das certidões é dos
órgãos ambientais dos Estados. "Não temos estrutura
para recepcionar todas as
propriedades", afirmou o governador.
Embora lidere, ao lado do
colega Ivo Cassol (Rondônia), o ataque às medidas
adotadas para tentar frear o
ritmo do desmatamento, o
governador se declarou a favor da causa: "Somos cientes
de que precisamos manter a
política de redução do desmatamento".
(MS)
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