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Aliados contribuíram para derrota
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os senadores mais ligados ao
presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e ao ministro
José Dirceu (Casa Civil) contribuíram para a derrota do governo
na votação da medida provisória
do salário mínimo.
Como presidente da Casa, Sarney só vota em caso de empate,
mas sua filha Roseana Sarney
(PFL-MA) e os senadores Edison
Lobão (PFL-MA) e Papaléo Paes
(AP), que seguem sua orientação
política, votaram a favor do reajuste para R$ 275.
Outro senador do grupo de Sarney, o peemedebista João Alberto
(MA), não votou: registrou presença e viajou para o Estado.
Nos últimos dias, ao ser indagado sobre a posição dos aliados,
Sarney dizia que a filha "caminha
com as próprias pernas" e que
não controla os votos de ninguém. Roseana, por sua vez, alegava coerência com sua "posição
histórica", favorável a um mínimo equivalente a US$ 100.
Dirceu trava disputa de bastidor
com Aldo Rebelo (Coordenação
Política) pela operação política.
Dirceu apoiou a emenda que possibilitaria a reeleição de Sarney.
Aldo foi contra, com Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, que
justamente quer suceder Sarney.
Considerado um dos senadores
mais próximos a Dirceu, o tucano
Eduardo Siqueira Campos (TO)
não só votou a favor dos R$ 275
como foi o mais enfático ao defender que a bancada exigisse voto contra os R$ 260.
O senador tucano esteve várias
vezes com o chefe da Casa Civil,
de quem disse ter recebido apelos
para votar a favor dos R$ 260, ""em
nome da governabilidade e da estabilidade econômica". Siqueira
Campos tem influência sobre o
pefelista João Ribeiro (TO), que
também votou contra o governo.
Além do tucano, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA)
tem afinidade com Dirceu. ACM e
os dois senadores baianos do seu
grupo, César Borges e Rodolpho
Tourinho, votaram contra o governo. Borges foi o relator do
substitutivo que propôs o reajuste
do mínimo para R$ 275.
A votação ainda aproximou
ACM de Heloísa Helena (sem
partido-AL), uma de suas maiores adversárias no plenário.
O único tucano que votou a favor do governo foi Marcos Guerra
(ES), suplente do peemedebista
Gerson Camata (ES). Ele foi pressionado não só pelo titular do
mandato como pelo governador
do Estado, Paulo Hartung. Camata recebeu ligação de Renan, sugerindo que reassumisse a vaga somente para votar com o governo.
Por isso, insistiu para que Guerra
votasse com os R$ 260.
Dos três senadores do PL, o único que votou com o governo foi
Aelton de Freitas (MG), suplente
do vice-presidente, José Alencar.
(RAQUEL ULHÔA)
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