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Dirceu afirma que age
em parceria com Aldo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No momento em que trava uma
disputa de bastidor com o colega
Aldo Rebelo (Coordenação Política) pela articulação política do governo Lula, o ministro José Dirceu
(Casa Civil) fez questão ontem de
dizer que eles trabalharam em
conjunto na tentativa de convencer senadores a votar a favor do
salário mínimo de R$ 260.
Questionado no início da tarde
sobre as perspectivas de aprovação da medida provisória com o
novo valor do mínimo no Senado,
Dirceu fez questão de citar o ministro da Coordenação Política
mais de uma vez. "Hoje conversei
com vários senadores, a pedido
do ministro Aldo. Estamos trabalhando juntos", disse, depois de
afirmar que estava otimista em
relação à votação.
"Estou ajudando o ministro Aldo, acabei de falar pelo telefone
com ele agora", disse. Dirceu falou com jornalistas antes e depois
de participar de uma reunião com
governadores de Estado sobre políticas de apoio à exportação de álcool, em um hotel de Brasília.
No início do ano, o presidente
Lula tirou da Casa Civil as atribuições de coordenação política, destinando-as a Aldo.
Dirceu ficou com a tarefa de fazer o gerenciamento do governo,
mas continuou articulando mesmo contrariando ordens do presidente. A divulgação do caso Waldomiro Diniz, em fevereiro, no
entanto, enfraqueceu o ministro
da Casa Civil, que perdeu espaço
no governo, principalmente para
Aldo Rebelo e Antonio Palocci Filho (Fazenda). Waldomiro era assessor de Dirceu e foi flagrado pedindo propina a um empresário
do ramo de jogos.
Desde então o PT pressiona para que Lula retire Aldo da Coordenação Política. Rebelo chegou até
a ser cogitado para ocupar o cargo
de ministro da Defesa, no lugar de
José Viegas, em uma eventual
mudança ministerial que o presidente Lula estaria disposto a fazer.
Viegas passa por um período de
desgaste, principalmente por causa da polêmica envolvendo o reajuste do soldo dos militares.
Espião
Na saída da reunião, ao ser
questionado sobre a apuração das
denúncias de que haveria espiões
atuando no Palácio do Planalto, o
ministro se recusou a responder:
"Sobre esse assunto não falo".
Segundo reportagem publicada
pela revista "Veja", um agente da
Abin (Agência Brasileira de Inteligência) descobriu que dois colegas, em viagens para São Paulo
pagas com a verba secreta da
agência, estariam se encontrando
com adversários políticos de Dirceu e da prefeita de São Paulo
Marta Suplicy, que vai tentar ser
reeleita neste ano.
Os dois agentes estariam seguindo orientação de um jornalista que trabalha no quarto andar
do Palácio do Planalto e que receberia remuneração para passar
informações contra Dirceu e Marta a rivais políticos.
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