São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

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Carta alertava sobre irregularidades

Luiz Castello/Folha Imagem
Embarcação de empresa que recebeu recursos do BNDES, mas não tem operário atuando, em Belém


DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Em uma carta datada de 26 novembro do ano passado enviada à presidência do BNDES, ao Ministério dos Transportes e ao Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante, a Abani (Associação Brasileira dos Armadores de Navegação Interior) já alertava para uma suposta fraude e no direcionamento de projetos para construção de embarcações no Pará.
No documento, a associação afirma causar "estranheza" as aprovações de projetos na região da Amazônia com preços "acima do mercado" e "cujas construções são concentradas em apenas um estaleiro regional".
Os recursos do Fundo da Marinha Mercante são provenientes da quota-parte do AFRMM (Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante), do produto do retorno das aplicações em empréstimos concedidos e de outras receitas resultantes de operações financeiras.
Toda embarcação que faz um frete na costa brasileira, tem que pagar uma parte para o fundo que tem uma arrecadação média anual de R$ 800 milhões. Parte desse dinheiro volta a ser investido na modernização dos navios.
Este financiamento cobre até 90% do valor do projeto da embarcação e pode ser liberado em até 18 parcelas. O financiamento tem como paridade o dólar.
Os pedidos de financiamento com recursos do fundo são apresentados pelas empresas em formulário próprio. Os pedidos são apreciados pela CDFMM (Comissão Diretora do Fundo da Marinha Mercante), que decide a respeito da concessão.
O BNDES assume o risco da operação de financiamento e realiza o acompanhamento físico-financeiro das obras financiadas.
O fundo financia obras de construção e reparação em embarçações. (MS)


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