São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

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Partido e presidenciável divergem sobre reforma política

DA REPORTAGEM LOCAL

Alguns dos pontos que o PT defende para a reforma política colidem com a opinião pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva.
Com relação ao sistema de governo, o presidenciável petista defende o parlamentarismo pelo menos desde o final dos anos 80, mas há muito se rendeu à opinião predominante no partido, que fechou questão pelo presidencialismo já no plebiscito de 1993.
Desta vez, o PT nem discute a mudança no sistema de governo, pois acredita que o resultado daquela consulta popular ainda tem de ser respeitado.

Voto obrigatório
O candidato do PT também não esconde sua rejeição ao voto obrigatório. Em quase todos os discursos que profere, defende que o eleitor saia de casa para votar "por livre e espontânea vontade".
No entanto, há amplo consenso entre os especialistas do partido em reforma política de que o voto obrigatório tem de ser mantido.
"É um instrumento de participação popular e de inclusão", diz a cientista política Maria Victoria Benevides, do PT.

Sistema de voto
Outro exemplo de discordância é quanto ao sistema de voto. Lula tem uma preferência pelo voto distrital, segundo o professor da USP Francisco de Oliveira, autoridade no partido sobre o tema. Neste modelo, o candidato seria eleito por distrito.
Mas o PT fechou questão em torno do sistema de listas partidárias, que é uma alternativa pela qual o eleitor vota no partido diretamente, não no candidato.
Proporcionalmente à votação obtida, a legenda preenche sua cota a partir de lista definida previamente.
O presidenciável tem afirmado que respeita a vontade da maioria de seus companheiros.
Entre os pontos em que há concordância de Lula com o PT estão o financiamento público exclusivo de campanha, a redivisão das bancadas estaduais na Câmara respeitando critérios de população e a fidelidade partidária.


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