São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

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Para Dirceu, discutir IR agora é "jogar areia no debate"

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PT, deputado federal José Dirceu, disse ontem que o partido não pretende discutir com o presidente Fernando Henrique Cardoso, no encontro marcado para amanhã, no Palácio do Planalto, a manutenção da alíquota do Imposto de Renda (IR) em 27,5% no próximo ano ou alíquota de 1% da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).
Para Dirceu, esses temas estarão incluídos no Orçamento do ano que vem, que deverá ser encaminhado ao Congresso em setembro. "Nós temos até 15 de dezembro para votar o Orçamento", afirmou. "A discussão do Orçamento tem de ser feita depois das eleições." Para o presidente do PT, "querer discutir esses assuntos agora é confundir o meio-de-campo e jogar areia no debate".
Na sexta-feira, o assessor econômico de Lula, Guido Mantega, disse ser favorável à manutenção da alíquota de 27,5% do IR e de 9% da CSLL. "Nosso posicionamento é favorável à manutenção desses tributos porque não podemos perder receita enquanto não se faz uma reforma tributária", afirmou Mantega.
Dirceu disse que o PT "não vai cobrar nada do presidente". De acordo com o petista, a reunião com o Fernando Henrique terá, principalmente, um significado político, muito mais que prático. "A reunião servirá para dizer que sociedade fique tranquila porque ninguém quer ver o circo pegar fogo."
O presidente nacional do PT voltou a repetir que o partido já apresentou algumas propostas para aliviar a crise econômica pela qual passa o país. "Há 20 dias sugerimos que o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] abrisse crédito às empresas para exportação, mas nada foi feito."
Dirceu também criticou o corte de crédito externo para o Brasil, o qual classificou como "uma agressão". "O Brasil deixou, por acaso, de honrar algum compromisso", questionou. "Então, por que cortar crédito?"
Para Dirceu, o caminho para o crescimento econômico do país passa por uma reforma tributária. Ele disse que quem não quis aprovar a reforma foi o próprio governo e não a oposição.


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