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Relator de CPI sugeriu que ação fosse restrita a prender doleiros
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO PAULO
O relator da CPI do Banestado,
deputado federal José Mentor
(PT-SP), chegou a sugerir à força-tarefa que a Operação Farol da
Colina fosse restrita a, no máximo, prender seis doleiros.
Aos procuradores, o deputado
alegava que a operação poderia
afetar o mercado de câmbio nacional. Ontem, ouvido pela Agência Folha, Mentor confirmou que
o assunto chegou a ser "discutido" entre a força-tarefa e a CPI do
Banestado. Ele, no entanto, negou
que defendia a redução do número de prisões por temer turbulências no mercado financeiro.
"Essa discussão foi normal, há
tempo, no final do ano passado. A
CPI queria prender algumas pessoas que operam no mercado paralelo e discutimos com a força-tarefa essa possibilidade", disse.
Segundo o deputado, a CPI resolveu não avançar nas investigações "para não inibir a ação da
força-tarefa que preparava essa
megaoperação".
Na busca e apreensão feita no
escritório de Juscélio Nunes Vidal, gerente da conta Beacon Hill
no Brasil, ontem, no Rio de Janeiro, a força-tarefa descobriu troca
de correios eletrônicos entre Vidal e José Mentor. O teor das
mensagens não foi divulgado pela
Polícia Federal.
Mentor confirmou ontem ter
trocado correspondência eletrônica com Vidal. "Foi em dezembro do ano passado, antes de minha segunda viagem aos Estados
Unidos. Eu tentava que ele intermediasse um encontro meu com
o Aníbal Contreras."
Preso nos Estados Unidos, acusado de crime de lavagem de dinheiro, o panamenho Aníbal
Contreras era o controlador da
conta Beacon Hill no J. P. Morgan
Chase, em Nova York.
Ainda segundo Mentor, o encontro com Contreras acabou
não acontecendo.
(JOSÉ MASCHIO)
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