São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Relator de CPI sugeriu que ação fosse restrita a prender doleiros

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO PAULO

O relator da CPI do Banestado, deputado federal José Mentor (PT-SP), chegou a sugerir à força-tarefa que a Operação Farol da Colina fosse restrita a, no máximo, prender seis doleiros.
Aos procuradores, o deputado alegava que a operação poderia afetar o mercado de câmbio nacional. Ontem, ouvido pela Agência Folha, Mentor confirmou que o assunto chegou a ser "discutido" entre a força-tarefa e a CPI do Banestado. Ele, no entanto, negou que defendia a redução do número de prisões por temer turbulências no mercado financeiro.
"Essa discussão foi normal, há tempo, no final do ano passado. A CPI queria prender algumas pessoas que operam no mercado paralelo e discutimos com a força-tarefa essa possibilidade", disse.
Segundo o deputado, a CPI resolveu não avançar nas investigações "para não inibir a ação da força-tarefa que preparava essa megaoperação".
Na busca e apreensão feita no escritório de Juscélio Nunes Vidal, gerente da conta Beacon Hill no Brasil, ontem, no Rio de Janeiro, a força-tarefa descobriu troca de correios eletrônicos entre Vidal e José Mentor. O teor das mensagens não foi divulgado pela Polícia Federal.
Mentor confirmou ontem ter trocado correspondência eletrônica com Vidal. "Foi em dezembro do ano passado, antes de minha segunda viagem aos Estados Unidos. Eu tentava que ele intermediasse um encontro meu com o Aníbal Contreras."
Preso nos Estados Unidos, acusado de crime de lavagem de dinheiro, o panamenho Aníbal Contreras era o controlador da conta Beacon Hill no J. P. Morgan Chase, em Nova York.
Ainda segundo Mentor, o encontro com Contreras acabou não acontecendo.
(JOSÉ MASCHIO)


Texto Anterior: Outro lado: Advogado nega que Barcelona soubesse de ação
Próximo Texto: Moradores confundem policiais com assaltantes durante operação
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.