São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2004

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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA

PT usou boa parte do tempo para mostrar obras da prefeitura; PSDB seguiu linha parecida

Marta "coloniza" espaço de vereador na TV

RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT usou o espaço dos candidatos a vereador para fazer campanha para a prefeita Marta Suplicy ontem, no primeiro dia do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Hoje começam os programas dos candidatos a prefeito.
Os partidos com maior espaço e que encabeçam chapas, PSDB e PT, já demonstraram como será o confronto midiático: enquanto José Serra e Marta Suplicy se enfrentarão no campo das idéias e promessas, seus marqueteiros, Luiz González e Duda Mendonça, respectivamente, farão o embate do ponto de vista técnico.
O PT adotou a linha propagandista. Sem dar voz aos candidatos a vereador, boa parte do tempo foi usada para mostrar obras da prefeitura. O único político a falar nos quase cinco minutos foi o senador Eduardo Suplicy.
O PSDB também ocupou o espaço dos vereadores pela campanha de Serra, mas dividiu o espaço de forma igual para que os candidatos falassem: 15 segundos para cada um. Expôs propostas de governo e atacou a taxa de iluminação do governo petista.
O PP não fugiu à regra: usou 12 candidatos a vereador para defender as propostas de Paulo Maluf, como o PAS e o Cingapura. O ex-prefeito também teve sua imagem usada como fundo no cenário.
O programa de Marta, guardando como segredo por Duda, deve enfatizar as realizações desta administração, comparando a situação atual com a passada. Além dos CEUs (Centros Educacionais Unificados), Bilhete Único e piscinões, ações da saúde serão as principais frentes de propostas.
O PSDB aposta tudo na figura de Serra e em sua baixa rejeição com o eleitorado. Ele será o âncora do próprio programa, que terá formato jornalístico, evitando recursos publicitários.
Os ataques diretos aos adversário serão terceirizados -ficarão por conta dos candidatos a uma vaga na Câmara Municipal.
O programa será apresentado em um estúdio que tenta reproduzir o interior de uma casa sem paredes. Variando as filmagens nos espaços do estúdio, Serra apresentará suas propostas, que serão intercaladas com reportagens, passagens externas e depoimentos de populares.
Com sete minutos e 14 segundos, as questões que serão tratadas com prioridade serão: saúde, educação e transporte.
O PP concentrará sua propaganda nas propostas do candidato, já que tem a seu favor o fato de ele ser conhecido pela maior parte do eleitorado. Com dois minutos e 36 segundos, Maluf apresentará o programa de um estúdio que imita um escritório.
A candidata Luiza Erundina (PSB) evitará fazer críticas à gestão da prefeita Marta. Os quatro minutos e 32 segundos do programa de hoje serão para que ela e seu vice, Michel Temer (PMDB), lembrem aos eleitores paulistanos suas trajetórias políticas.
Por causa das mudanças de última hora na coordenação da campanha, impostas pelo presidente estadual do PMDB, Orestes Quércia, o slogan "Erundina prefeita, sempre do lado do povo" foi elaborado no último fim de semana.
Sem dinheiro para uma campanha mais ostensiva nas ruas, a maior parte dos partidos aposta todas as fichas no programa eleitoral gratuito de TV e de rádio.
Os programas acontecem em dois blocos de 30 minutos cada um: no rádio, às 7h e às 12h, e na TV, às 13h e às 20h30. As coligações encabeçadas pelo PSDB (Ética e Trabalho) e pelo PT (União por São Paulo) têm os maiores espaços -pouco mais de sete minutos cada uma. Os partidos com menos tempo (42 segundos cada um) são PSTU, PCB, PAN e PHS.

Cabos ilustres
Recurso tradicional de campanhas eleitorais, os partidos devem reservar espaço especial para o apoio de ilustres. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso são considerados os garotos-propaganda mais cobiçados. Apesar de não haver confirmação da aparição de nenhum deles, PT e PSDB têm como certos seus apoios.
Ontem, nos programas de vereadores, foram escalados ilustres como o presidente da República em exercício, José Alencar (PL), e o vice-governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL).


Colaborou RICARDO WESTIN, da Reportagem Local

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