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Procurador pede inquérito sobre mais 27 sanguessugas
Lista de novos nomes de parlamentares suspeitos foi apresentada ontem ao STF
Identidade dos alvos
de investigação não foi divulgada pelo Supremo, pois processos tramitam
em segredo de Justiça
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Antonio Fernando de
Souza, pediu ontem ao Supremo Tribunal Federal a abertura
de inquéritos criminais contra
mais 27 parlamentares suspeitos de envolvimento no esquema dos sanguessugas.
Com o envio desses novos
pedidos, subirá para 84 o número de parlamentares que são
alvo de investigação no STF em
razão de indícios de participação no esquema de desvios de
dinheiro público por meio da
compra de equipamentos como
ambulâncias.
Os pedidos foram enviados
no final da tarde de ontem. Esse
foi o terceiro "pacote" de solicitações de instauração de inquéritos criminais ao STF. O primeiro foi feito em 31 de maio
contra 15 deputados. Cerca de
um mês depois, houve a segunda remessa, contra 42 deputados e um senador.
No caso dos 57 inquéritos já
instaurados, a Polícia Federal
vem realizando as apurações
sugeridas pelo procurador-geral e ordenadas pelo relator,
ministro Gilmar Mendes. A
suspeita inicial é de prática de
crimes como corrupção ativa e
passiva, tráfico de influência e
lavagem de dinheiro.
O inquérito criminal precede
a eventual ação penal. Ao final
das apurações da PF, Antonio
Fernando decidirá se há indícios de prática de crimes para
oferecer denúncia ao STF para
a abertura do processo.
O nome dos suspeitos é mantido sob sigilo porque o procurador-geral pediu a tramitação
das investigações em segredo
de Justiça. O objetivo é preservar a imagem do parlamentar
caso o inquérito seja arquivado,
sem o pedido de abertura da
ação penal, por falta de provas.
Em Mato Grosso, tramitam
inquéritos contra empresários
e assessores de parlamentares,
que também são acusados de
atuar na máfia dos sanguessugas, mas não têm foro privilegiado no STF.
A Operação Sanguessuga,
realizada pela PF, revelou a
existência de esquema de compra fraudulenta de ambulâncias por prefeituras de vários
Estados e do Distrito Federal,
com recursos orçamentários
previstos por meio de emendas
parlamentares.
Na semana passada, a CPI
dos Sanguessugas aprovou o relatório que pediu a cassação do
mandato de 69 deputados federais e três senadores por suposto envolvimento na fraude.
A CPI investigou 90 parlamentares, mas acabou absolvendo 18. Nunca um grupo tão
grande de parlamentares
-equivalente a 12% do Congresso Nacional- foi acusado
formalmente de participação
em um caso de corrupção.
Anteontem, o presidente da
CPI, deputado Antonio Carlos
Biscaia (PT-RJ), entregou o relatório ao procurador-geral.
A próxima ofensiva do Ministério Público Federal deverá
ser contra prefeitos beneficiários do esquema. Segundo Biscaia, o órgão conduz investigações contra prefeitos de São
Paulo, Paraná, Minas Gerais e
Mato Grosso.
Considerado o chefe da quadrilha, o sócio da empresa Planam Luiz Vedoin disse em depoimento que as fraudes em licitações para a compra de ambulâncias envolveram pelo menos 493 prefeituras.
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