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PFL racha e não chega
a acordo com Planalto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PFL rachou na reta final da
votação da reforma tributária e
acabou não conseguindo entrar
em acordo com o governo para alterar a proposta como forma de
atender à pressão da Bahia. Duas
alas do partido se debateram em
reuniões tensas que colocaram
em xeque a autoridade do líder da
bancada, deputado José Carlos
Aleluia (BA).
O deputado liderou os cerca de
35 dos 67 pefelistas que eram contra um acordo com o governo e
que buscavam reforçar a marca
oposicionista da legenda.
O deputado Antonio Carlos
Magalhães Neto (BA), que seguia
as orientações do senador Antonio Carlos Magalhães (BA), liderava o grupo "rebelde", de cerca
de 30 deputados, que buscava
desde a semana passada um entendimento com o governo.
O objetivo era determinar que
as empresas que receberam benefícios fiscais dos Estados ficassem
de fora das novas regras de cobrança do ICMS, principal fonte
de recursos dos Estados.
Isso atenderia a Bahia, que teme
perder parte da arrecadação relativa à fábrica da Ford instalada no
Estado. A medida era também do
agrado de outros governadores.
Devido a isso, enquanto parte
do PFL se acomodava em gabinetes para negociar com o governo,
outra ia ao plenário e patrocinava
atitudes de franca oposição, como
a tentativa de obstruir a tramitação da reforma por meio de manobras regimentais.
No meio do fogo pefelista, o governo aceitava fazer o acordo
-exigia, para isso, o fim das manobras de obstrução-, mas acabou transitando para uma posição consolidada ontem de que o
acordo não era mais possível.
Além de se aproveitar da divisão
pefelista, os governistas apresentaram como argumento o fato de
que a bancada paulista (São Paulo
perderia com a mudança) e partidos da base aliada (contrariados
com as atitudes de plenário do
PFL "oposicionista") era contra a
proposta de mudança. O governador Aécio Neves (PSDB-MG)
chegou a enviar carta aos deputados mineiros orientando-os a votar contra o possível acordo.
A sensação de que o acordo não
sairia acabou levando os "dois
PFLs" a se reunir pela última vez
na noite de anteontem no gabinete da liderança do partido.
A bancada baiana ameaçou votar contra a orientação do líder. A
reunião acabou resultando em
um meio-termo: o PFL não obstruiria mais a votação. Em troca, o
governo aceitava votar 7 das 14
emendas apresentadas pelo partido -a idéia da Mesa era usar argumentos regimentais para rejeitar todas.
(RANIER BRAGON)
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