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Ministro do STF arquiva ação contra Palocci
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
O ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) José Celso de
Mello Filho decidiu pelo arquivamento do processo contra o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, no qual ele era acusado
de suposta fraude em uma licitação ocorrida no início do ano passado, quando ainda era prefeito
de Ribeirão Preto (314 km de SP).
Palocci era acusado de ter fraudado o processo licitatório para a
compra de 41.787 cestas básicas,
no valor de R$ 1,25 milhão. No
edital publicado pela prefeitura,
os fornecedores eram obrigados a
apresentar na composição de cada cesta uma lata de molho de tomate peneirado com ervilha. O
produto é raro no mercado -o
próprio ministro admitiu à época
nunca tê-lo visto.
A decisão do STF seguiu o parecer do procurador-geral da República, Claudio Fonteles, enviado
no mês passado ao tribunal.
O ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro já havia arquivado 12 processos contra
o ex-prefeito neste ano.
Mello, em sua decisão, afirmou
que o processo poderá ser reaberto caso surjam novas provas que
apontem a participação do ministro na suposta fraude. "Não se
mostra plausível a continuidade
das investigações perante esta
Corte, posto que, na fase em que
se encontra, não pesa suspeita de
envolvimento com os supostos
fatos criminosos da autoridade
que detém a prerrogativa de função de ser processada e julgada
nessa Suprema Corte", disse.
O processo será encaminhado
agora para a 2ª Vara Criminal de
Ribeirão Preto para investigação
dos responsáveis pela fraude.
O autor da denúncia, o ex-vereador Fernando Chiarelli (sem
partido), afirmou considerar "um
absurdo" a decisão do tribunal.
Nas investigações do Ministério
Público Estadual, que continua
em Ribeirão Preto na área cível,
apenas uma empresa estaria comercialmente produzindo o molho de tomate com ervilhas: a
Oderich, do Rio Grande do Sul.
Essa indústria de alimentos, por
sua vez, seria fornecedora exclusiva da empresa paulista Cathita,
cuja sede fica ao lado da Thatica,
em São Caetano do Sul.
As mulheres dos sócios dessas
duas empresas são donas da Gesa.
As três empresas participaram da
licitação em Ribeirão, que acabou
suspensa pela Justiça. Nesse período, a prefeitura comprou 4.500
cestas básicas por R$ 138,8 mil da
Gesa, sem licitação.
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