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São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

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RIO DE JANEIRO

Governo reage a Garotinho e não libera recurso

DA SUCURSAL DO RIO

A decisão do governo Luiz Inácio Lula da Silva de não liberar para o Rio verbas já acertadas coincide com as ações do ex-governador Anthony Garotinho nos bastidores da Alerj (Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) para que as contas da ministra Benedita da Silva (Assistência Social) sejam reprovadas.
Na quinta passada, a Comissão de Orçamento da Alerj votaria relatório sobre as contas do governo estadual em 2002. O relatório aprovava as contas de Garotinho (governador até 5 de abril) e reprovava as de Benedita, sucessora do atual secretário de Segurança.
O Tribunal de Contas do Estado havia recomendado a rejeição em bloco das contas do Estado em 2002, alegando que as duas gestões não poderiam ser separadas.
A situação de Benedita parecia tranquila até Garotinho entrar no PMDB, em agosto. O partido tinha três dos sete membros da Comissão de Orçamento. Os entendimentos firmados entre representantes do governo federal e da cúpula do partido no Rio indicavam que todos votariam pela aprovação das contas da petista.
No PMDB, Garotinho insistiu em desmembrar as contas. A tese foi endossada pelo relator da comissão, Edson Albertassi (PSB). Os quatro peemedebistas (a representante do PTB ingressou no partido em agosto) evidenciaram que seguiriam o voto do relator.
Na tentativa de resolver o problema, o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), foi a Brasília na véspera da votação conversar com o ministro José Dirceu (Casa Civil). Ficou acertado que Benedita, que não prestou depoimento à comissão, prepararia uma defesa escrita. Com a defesa, a comissão adiou por três semanas a votação. No dia seguinte, o governo federal sustou o saque pelo Estado dos R$ 540 milhões.
A governadora Rosinha Mateus (PMDB) deixou um encontro ontem à noite com o presidente Lula, no Planalto, afirmando que no dia 29 o governo federal irá responder se aceita ou não liberar verbas para que o Rio pague o 13º salário do funcionalismo.
Rosinha pede a antecipação de R$ 540 milhões que seriam relativos aos royalties do petróleo. Negou que as negociações para a liberação dos recursos envolvam a aprovação das contas de Benedita. (SÉRGIO TORRES)


Colaborou JOSÉ ALBERTO BOMBIG, enviado especial a Brasília


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