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RIO DE JANEIRO
Governo reage a Garotinho e não libera recurso
DA SUCURSAL DO RIO
A decisão do governo Luiz Inácio Lula da Silva de não liberar para o Rio verbas já acertadas coincide com as ações do ex-governador Anthony Garotinho nos bastidores da Alerj (Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) para que as contas da ministra Benedita da Silva (Assistência Social) sejam reprovadas.
Na quinta passada, a Comissão
de Orçamento da Alerj votaria relatório sobre as contas do governo estadual em 2002. O relatório
aprovava as contas de Garotinho
(governador até 5 de abril) e reprovava as de Benedita, sucessora
do atual secretário de Segurança.
O Tribunal de Contas do Estado
havia recomendado a rejeição em
bloco das contas do Estado em
2002, alegando que as duas gestões não poderiam ser separadas.
A situação de Benedita parecia
tranquila até Garotinho entrar no
PMDB, em agosto. O partido tinha três dos sete membros da Comissão de Orçamento. Os entendimentos firmados entre representantes do governo federal e da
cúpula do partido no Rio indicavam que todos votariam pela
aprovação das contas da petista.
No PMDB, Garotinho insistiu
em desmembrar as contas. A tese
foi endossada pelo relator da comissão, Edson Albertassi (PSB).
Os quatro peemedebistas (a representante do PTB ingressou no
partido em agosto) evidenciaram
que seguiriam o voto do relator.
Na tentativa de resolver o problema, o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), foi a Brasília
na véspera da votação conversar
com o ministro José Dirceu (Casa
Civil). Ficou acertado que Benedita, que não prestou depoimento à
comissão, prepararia uma defesa
escrita. Com a defesa, a comissão
adiou por três semanas a votação.
No dia seguinte, o governo federal
sustou o saque pelo Estado dos R$
540 milhões.
A governadora Rosinha Mateus
(PMDB) deixou um encontro ontem à noite com o presidente Lula, no Planalto, afirmando que no
dia 29 o governo federal irá responder se aceita ou não liberar
verbas para que o Rio pague o 13º
salário do funcionalismo.
Rosinha pede a antecipação de
R$ 540 milhões que seriam relativos aos royalties do petróleo. Negou que as negociações para a liberação dos recursos envolvam a
aprovação das contas de Benedita.
(SÉRGIO TORRES)
Colaborou JOSÉ ALBERTO BOMBIG, enviado especial a Brasília
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