UOL

São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ministros batem boca durante julgamento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim sugeriu ontem que o colega Carlos Britto teria antipatia pelo povo judeu. Essa foi uma das discussões entre membros do STF durante o julgamento do habeas corpus movido pelo editor de livros do Rio Grande do Sul Siegfried Ellwanger.
Jobim interrompeu Britto no momento em que ele fazia referências pessoais a Ellwanger, como o fato de ser um industrial. "O senhor conhece o editor de livros?" Britto respondeu que conhecia vários juristas gaúchos e que os havia consultado sobre o tema. A indagação seguinte de Jobim foi ainda mais dura: "Todos eles são de origem alemã?".
Em 9 de abril, quando o processo foi a julgamento pela segunda vez, houve discussão entre os ministros Moreira Alves, relator do habeas corpus, e Maurício Corrêa, atual presidente do STF.
Alves acusou o colega de ter copiado os pareceres do ex-ministro das Relações Exteriores e professor de direito da Universidade de São Paulo Celso Lafer e do ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, ambos representando a comunidade judaica. Alves era o integrante mais antigo do tribunal e iria se aposentar dez dias depois.


Texto Anterior: Racismo: Por 8 a 3, STF mantém condenação de editor de livros
Próximo Texto: Campo minado: PSDB e PFL pedem abertura de CPI para investigar MST
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.