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Governo vai acelerar a extradição, diz Tarso
Ministro da Justiça afirma que irá "até o limite do possível" para trazer o ex-banqueiro Salvatore Cacciola para o Brasil
Ministério deve apresentar a documentação até sexta; a expectativa é de uma
definição da Justiça de Mônaco na próxima semana
MARIA LUIZA RABELLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Tarso
Genro, disse ontem que o governo brasileiro tentará acelerar o pedido de extradição do
ex-banqueiro Salvatore Cacciola, preso em Mônaco. Segundo o ministro, o governo irá
até "o limite do possível" para
obter a extradição.
Segundo ele, os documentos
que justificam a extradição foram escritos em italiano, mas já
estão sendo traduzidos para o
francês, idioma oficial de Mônaco. Apresentando todo o material até sexta-feira, o governo
brasileiro espera ter um posicionamento da Justiça de Mônaco até a próxima semana.
Passados sete anos foragido
do Brasil, a Interpol identificou
Cacciola no último sábado
quando passeava em Mônaco.
O Ministério da Justiça ainda
não sabe em que condições o
ex-banqueiro foi detido, se foi
na fronteira do principado ou
nas proximidades de um cassino. "Temos versões contraditórias mas, para nós, isso sinceramente não é relevante", afirmou Tarso.
O Brasil enviou ontem a ministra conselheira Maria Laura
da Rocha para acompanhar o
caso de Cacciola. Representante da Embaixada do Brasil em
Paris, ela vai assistir à primeira
audiência do ex-banqueiro no
principado. Tarso vai avaliar
uma viagem a Mônaco para
acompanhar o caso baseado no
relato da diplomata.
Inicialmente programada
para ontem, a audiência foi remarcada e deve ocorrer ainda
hoje. "Não sabemos se o adiamento derivou do nosso interesse já manifestado na extradição ou se foi uma conveniência do Poder Judiciário local",
afirmou Tarso.
Ele avalia que a alteração foi
positiva, já que prolonga a detenção de Cacciola por, pelo
menos, mais um dia.
Anteontem, o Itamaraty enviou uma nota reafirmando o
interesse brasileiro na prisão
do italiano e oferecendo um
acordo diplomático de reciprocidade. Como os dois países
não têm um tratado de extradição, o acordo funciona como
uma saída alternativa. Se Mônaco aceitar a proposta e devolver o ex-banqueiro à Justiça
brasileira, o Brasil fica comprometido a proceder da mesma
forma num caso futuro.
A primeira audiência é considerada decisiva no processo de
extradição do ex-banqueiro.
Hoje, a Justiça de Mônaco pode
concordar com o processo de
extradição, pode mantê-lo preso para dar um prazo maior para as autoridades brasileiras ou
podem deixar que Cacciola responda em liberdade.
A última alternativa preocupa o governo brasileiro. "Quando ele pediu para responder em
liberdade no Brasil, ele fugiu.
Me parece que é uma estratégia
dele e estamos tentando mostrar isso às autoridades de Mônaco. Se soltar, ele vai fugir de
novo", afirmou o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Telles Barreto.
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