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NO AR
Ataque aliado
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
A propaganda de José Serra insistia ontem para os
brasileiros não levarem em conta as pesquisas, por não refletirem ainda os efeitos do horário
eleitoral.
Bem, a mais recente, segundo
o registro do Jornal Nacional,
ouviu os eleitores "nos dias 14 e
15", já com horário eleitoral, e os
números foram aqueles, nos votos válidos:
- Lula, 67%. Serra, 33%.
Cada vez mais sem intenções
de voto, o presidenciável tucano
também anda cada vez mais
sem dinheiro.
Era o que reclamava Michel
Temer na CBN, ontem, lamentando que os doadores costumeiros prefiram quem está na frente.
Se José Serra vai de mal a pior,
FHC trata de cuidar do futuro
-dele e de seus partidários, tucanos ou não.
Revelou-se dele, por exemplo,
o questionamento da legitimidade da provável vitória de Lula, que qualificou como "estelionato eleitoral".
A retórica mais agressiva comandada por FHC, pelo que indicou Cristiana Lôbo, entre outras, visa ao menos fazer o petista chegar "menos robusto ao Palácio do Planalto".
Para tanto, FHC usa tudo o
que ainda tem nas mãos. Nos telejornais, até o porta-voz da Presidência da República apareceu
para atacar Lula:
- O presidente sublinha que é
muito ruim a atitude de colocar
sapato alto antes da hora, sobretudo para se falar de assuntos
sobre os quais não se tem domínio pleno.
Também no JN, também em
tom agressivo, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, ecoou o
melhor que pôde o discurso tucano contra Lula.
Por outro lado, pelo que escapou da reunião de anteontem
entre FHC e seus partidários, a
prioridade do esforço "aliado"
são Estados em que as chances
são maiores -casos de Rio
Grande do Sul, Mato Grosso do
Sul e São Paulo.
Os três, com administrações
estaduais ou municipais petistas, são cada vez mais questionados na propaganda federal tucana -que ontem acordou
também para o Pará, onde o
PSDB e o PT ainda disputam o
segundo turno.
É nos Estados, no entender de
Franklin Martins, que a eleição
da semana que vem "promete
ser emocionante", com "muitas
surpresas".
Acontece que a campanha nos
Estados se federaliza mais e
mais, apesar da resistência de
"aliados" tipo Geraldo Alckmin
e Germano Rigotto -que vêm
evitando FHC e Serra o mais
que podem, nos debates desta
semana.
Mais e mais, pode-se esperar
que os programas de Lula e José
Serra tratem de São Paulo, Rio
Grande do Sul, Mato Grosso do
Sul, Pará etc.
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