|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CAMPANHA NA TV
Tema domina tela; presidente faz elogios aos programas da Prefeitura de São Paulo
Serra e Marta duelam com a saúde; petista põe Lula no ar
RAFAEL CARIELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Num duelo de "câmeras ocultas" mostrando supostos problemas no atendimento em hospitais
do Estado e postos do município,
as campanhas de José Serra
(PSDB) e Marta Suplicy (PT) à
Prefeitura de São Paulo elegeram
a saúde como principal tema do
horário eleitoral de ontem.
A prefeita licenciada começou o
primeiro programa, à noite, dizendo que "é preciso implantar"
40 CEUs-Saúde e prometendo
criar 30 deles caso seja reeleita.
Logo em seguida, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva fez um
pronunciamento no programa
petista, afirmando que os programas de Marta para a periferia "terão todo o nosso apoio e serão tratados como prioridade".
Projetos e obras de Marta -a
maioria na área da saúde- foram
exibidos, seguidos de um carimbo
na tela, onde se lia: "Com a ajuda
de Lula". Um eleitor aparece sendo entrevistado na rua e diz que o
presidente "vai abrir as torneiras"
caso a prefeita seja reeleita.
Marta afirmou que os novos
CEUs ajudarão a resolver o problema da saúde na cidade preenchendo uma lacuna não atendida
por postos nem por hospitais
-exames e consultas com especialistas. "Não foram feitos para
isso", disse ela, argumentando
que postos servem para solucionar pequenos problemas, e hospitais, emergências e cirurgias.
Uma "câmera oculta" petista
mostrou uma atendente de um
hospital estadual informando a
uma paciente: "Aqui não tem o
medicamento, viu?". Logo em seguida, no programa de Serra, uma
"câmera oculta" tucana mostrou
"uma senhora" que "conheceu o
inferno de perto", ao visitar um
posto de saúde municipal.
Ela exige aos gritos que o filho,
caído no chão, seja atendido. Um
funcionário pede para ela ir "gritar lá fora". Não é dito, no programa, qual o suposto problema do
rapaz.
A propaganda tucana mostrou
ainda "depoimentos" de pessoas
que teriam sido beneficiadas pela
gestão de Serra no Ministério da
Saúde. "Dona Maria" diz que sua
última chance era o transplante e
foi salva. "Dona Elza" chora e diz:
"Serra, só quero te agradecer".
O tucano criticou gastos com
"coqueiro" -em alusão às palmeiras plantadas pela prefeita na
cidade- que deveriam ir para a
saúde. Disse que, "se botar para
funcionar direito os quase 400
postos de saúde", o problema "já
melhora bastante". "Saúde não é
maquete, é gente", criticou Serra,
em referência ao projeto petista
do CEU-Saúde.
O programa de Marta introduziu um recurso utilizado até aqui
com mais desenvoltura pela propaganda tucana -o jingle de ataque. Sobre a melodia da canção
"Aurora", sobrepôs a letra: "Se
você fosse sincero, ôôôô, seu Serra, me contava do Kassab, ôôôô,
seu Serra".
À tarde, a campanha tucana
usou inserções na TV para revidar
a estratégia rival de ataque ao vice
de Serra, Gilberto Kassab (PFL),
ex-secretário de Celso Pitta. Fantoches cantaram jingle que também tenta vincular Marta ao ex-prefeito. "O padrinho do Pitta tá
com a Marta", diz a letra, em alusão a Paulo Maluf. "Quem fez o
Fura-Fila do Pitta também", em
referência ao marqueteiro Duda
Mendonça.
Texto Anterior: Tucano diz que é alvo de "praga" de Marta Próximo Texto: Presidente visita cidades onde PT disputa segundo turno Índice
|