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NINHO TUCANO
Prefeito eleito diz a interlocutores que assunto só será tratado em janeiro; para Alckmin, escolha é de "foro íntimo"
Serra adia decisão sobre comando do PSDB
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O prefeito eleito de São Paulo,
José Serra, avisou ontem a interlocutores que ficará até janeiro na
presidência nacional do PSDB.
"Não há decisão em contrário",
disse ontem à saída da reunião da
Executiva Nacional do partido,
em Brasília.
Argumentando que seus aliados
recomendam que acumule as
funções, Serra informou a interlocutores que só depois da posse na
prefeitura tomará uma decisão.
Com isso, ganha mais tempo para
decidir e para tentar contornar divergências internas, que preferem
ver na função o senador Eduardo
Azeredo (MG), primeiro-vice-presidente do partido.
Se a troca ocorresse, o PSDB
paulista ficaria enfraquecido. Porém, há avaliações de que o acúmulo da função com a prefeitura a
partir de janeiro fortaleceria Serra, desequilibrando o partido.
Na reunião de ontem o assunto
da sucessão na presidência do
partido nem sequer foi mencionado. O tema, ainda de acordo
com tucanos, foi objeto de uma
conversa entre Serra e Azeredo.
A ele, o prefeito eleito de São
Paulo teria dito que tomará sua
decisão em janeiro.
Embora os tucanos digam que
esse não é o alvo de atenção, a sucessão no partido esteve à mesa
do almoço entre o governador de
Minas, Aécio Neves, e nove senadores do PSDB no gabinete de
Tasso Jereissati (CE). No almoço,
o assunto teria sido abordado pelo líder Arthur Virgílio Neto
(AM). Segundo um participante,
os senadores concordaram que é
difícil acumular os dois cargos.
O governador Geraldo Alckmin
(PSDB) disse, em São Paulo, que
considera "uma decisão de foro
íntimo" a decisão de Serra de permanecer ou não na presidência
do PSDB. "Achar que dá para acumular ou não é uma questão de
foro íntimo do prefeito eleito."
Alckmin negou que tenha alguma objeção a que Azeredo assuma a presidência. "É importante
esclarecer o que alguns jornais divulgaram hoje [ontem], que não
gostaríamos que o Azeredo assumisse pelo fato de ser mineiro.
Imagine", afirmou.
Discurso semelhante foi adotado pelo governador de Minas.
"Essa não é uma questão que
preocupa o PSDB neste instante",
afirmou, em entrevista. "A meu
ver, é, vamos dizer, uma divisão
que não existe. Caberá ao presidente Serra e ao prefeito Serra
avaliar como encaminhar esta
questão da melhor maneira."
(LEILA SUWWAN e CHICO DE GOIS)
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