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Para ex-secretário de Daniel, PT quis despolitizar morte
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ex-secretário de Serviços
Urbanos de Santo André durante o mandato do prefeito
assassinado Celso Daniel,
Klinger de Oliveira Souza
confirmou ter havido "pressão", vinda "de amigos de
Celso Daniel", nas investigações da polícia para que ela
não "politizasse" o caso.
As afirmações foram feitas
ontem, durante depoimento
à CPI dos Bingos. O empresário Ronan Maria Pinto,
acusado pelo Ministério Público de participar de um esquema de corrupção em
Santo André envolvendo recolhimento de recursos de
empresas de ônibus para um
suposto caixa dois do PT,
depôs antes de Klinger.
Tanto Ronan como Klinger negaram o esquema de
propina. Klinger desclassificou a denúncia, dizendo que
os proprietários da empresa
que a fizeram protelavam o
cumprimento de cláusulas
contratuais.
Ronan foi sócio de Sérgio
Gomes da Silva, o Sombra,
em pelo menos três empresas de ônibus. As sociedades
foram desfeitas, a última delas em março de 2003. Sombra é suspeito de ser o mandante da morte de Daniel.
Ronan disse não ser amigo
de Sombra, mas ter apenas
vínculos formais por causa
dos negócios em comum.
Mesmo tratando de se distanciar de Sombra, Ronan
disse acreditar que ele não
seria capaz de mandar matar
o prefeito de Santo André.
Ao contrário de Ronan,
Klinger disse ser amigo de
Sombra e de Celso Daniel.
Questionado se tinha brigado com Daniel, Klinger disse
que vivia "verdadeira lua-de-mel" com o prefeito.
Sobre outras mortes de
pessoas ligadas ao caso, considerou "coincidência".
Publicidade
Entre os negócios recentes
de Ronan está a compra, no
final de 2004, de 50% das
ações do "Diário do Grande
ABC". O presidente da CPI,
Efraim Morais (PFL-PB),
apresentou uma planilha
mostrando que o jornal recebeu de publicidade de estatais e do governo federal
entre janeiro e maio deste
ano pouco menos que a Folha e "O Estado de S. Paulo".
Enquanto a Folha recebeu
R$ 4,5 milhões e o "Estado",
R$ 4,3 milhões no período, o
"Diário" ficou com R$ 3,8
milhões, sendo a Petrobras e
a Caixa Econômica Federal
os maiores clientes.
A Petrobras informa que
"de janeiro a maio de 2005 a
Petrobras investiu R$ 295
mil no Estado de S. Paulo, R$
577 mil na Folha de S.Paulo e
R$ 322 mil no Diário do
Grande ABC". Desse último
valor, R$ 262 mil seriam referentes à última parcela de
dois projetos especiais.
"O que a Petrobras recebeu do "Diário do Grande
ABC" foi a proposta comercial de projetos que se mostraram de grande interesse
para a empresa", diz a nota.
A empresa diz que "O Diário do Grande ABC" é líder
em leitores nas sete cidades
que compõem a região do
Grande ABC. "Estamos falando do terceiro mercado
consumidor dos produtos
da Petrobras e de cidades
próximas a várias unidades
de negócio da Petrobras."
A Caixa divulgou nota dizendo desconhecer os valores. Segundo ela, todas as
publicações no "Diário" neste ano foram cobertas por
bonificações a que tinha direito, referentes a 2004.
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