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SÃO PAULO
Advogados de pepebista preparam ações
Maluf desiste de
processar Covas
da Reportagem Local
O ex-prefeito paulistano Paulo
Maluf (PPB) recuou e não vai
processar o governador Mário
Covas (PSDB-SP) por danos
morais. Maluf acusou Covas, na
semana passada, de ter divulgado um suposto caso de paternidade extraconjugal do pepebista
na campanha eleitoral do ano
passado -na qual o tucano foi
vitorioso no segundo turno.
Por intermédio de um de seus
advogados, Ricardo Tosto, Maluf afirmou que não conseguiu
reunir provas para processar o
governador.
Exame de DNA provou que a
acusação contra Maluf, de que
seria pai da menina P.S.E.R.O., 9,
era falsa. "Não há material suficiente e não vamos entrar em
processos levianos, como outros
fizeram", disse Tosto.
Cercado por seis advogados, o
ex-prefeito anunciou ontem que
processará por danos morais no
caso o vereador José Eduardo
Martins Cardozo (PT), o promotor José Carlos Blat, os delegados Romeu Tuma Jr. e Naeif
Saad Neto, o governo do Estado
de São Paulo, Silvana Rocha de
Oliveira, mãe da menina, e seu
pai, Sílvio Rocha de Oliveira.
Maluf também entrará com
um representação junto à Procuradoria Geral da Justiça pedindo que denuncie Blat, Saad
Neto, Tuma Jr e Cardozo por crime de abuso de autoridade. As
ações serão protocoladas na
próxima segunda-feira. O ex-prefeito disse que doará as eventuais indenizações à Santa Casa
de Misericórdia.
Para os advogados, a exibição
na CPI da máfia dos fiscais municipais de vídeo gravado por
Sílvio Rocha, em que atribui a
Maluf a paternidade da neta,
ocorreu para desmoralizar o ex-prefeito, uma vez que a comissão não tratava do tema.
"Montaram uma encenação",
disse o advogado José Roberto
Leal de Carvalho. Segundo Maluf, Rocha já havia prestado depoimento ao Ministério Público
duas vezes, em 98.
Apesar de a sessão da CPI ter
ocorrido em março deste ano,
após as eleições, Maluf disse que
foi prejudicado na disputa com
Covas. Disse ainda que "tucanos
de alta linhagem têm filhos fora
do casamento" e que não exploraria esses casos.
O depoimento de Rocha, segundo Maluf, foi divulgado na
íntegra pela Internet, num site
pirata com provedor fantasma.
Ele contratará a empresa Kroll
Associados para descobrir de
quem partiu a denúncia.
Sílvio Rocha manteve as acusações: "Quem tem que ir para a
cadeia é ele, que mexeu com
uma menina de 15 anos".
A assessoria do governador
Covas informou que não seria
possível localizá-lo para comentar o assunto. O promotor Blat
considerou absurda a ação movida por Maluf. Ele disse que o
depoimento de Rocha foi mantido em sigilo até que o autor decidiu falar.
Saad Neto disse que não se
lembra de ter falado o nome de
Maluf no exercício de suas funções públicas e que se manifestará quando tomar conhecimento
das ações. O delegado Romeu
Tuma Júnior também prefere
aguardar. O vereador Cardozo
não foi encontrado pela Folha.
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