São Paulo, Sábado, 18 de Dezembro de 1999


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SÃO PAULO
Advogados de pepebista preparam ações
Maluf desiste de processar Covas

da Reportagem Local

O ex-prefeito paulistano Paulo Maluf (PPB) recuou e não vai processar o governador Mário Covas (PSDB-SP) por danos morais. Maluf acusou Covas, na semana passada, de ter divulgado um suposto caso de paternidade extraconjugal do pepebista na campanha eleitoral do ano passado -na qual o tucano foi vitorioso no segundo turno.
Por intermédio de um de seus advogados, Ricardo Tosto, Maluf afirmou que não conseguiu reunir provas para processar o governador.
Exame de DNA provou que a acusação contra Maluf, de que seria pai da menina P.S.E.R.O., 9, era falsa. "Não há material suficiente e não vamos entrar em processos levianos, como outros fizeram", disse Tosto.
Cercado por seis advogados, o ex-prefeito anunciou ontem que processará por danos morais no caso o vereador José Eduardo Martins Cardozo (PT), o promotor José Carlos Blat, os delegados Romeu Tuma Jr. e Naeif Saad Neto, o governo do Estado de São Paulo, Silvana Rocha de Oliveira, mãe da menina, e seu pai, Sílvio Rocha de Oliveira.
Maluf também entrará com um representação junto à Procuradoria Geral da Justiça pedindo que denuncie Blat, Saad Neto, Tuma Jr e Cardozo por crime de abuso de autoridade. As ações serão protocoladas na próxima segunda-feira. O ex-prefeito disse que doará as eventuais indenizações à Santa Casa de Misericórdia.
Para os advogados, a exibição na CPI da máfia dos fiscais municipais de vídeo gravado por Sílvio Rocha, em que atribui a Maluf a paternidade da neta, ocorreu para desmoralizar o ex-prefeito, uma vez que a comissão não tratava do tema.
"Montaram uma encenação", disse o advogado José Roberto Leal de Carvalho. Segundo Maluf, Rocha já havia prestado depoimento ao Ministério Público duas vezes, em 98.
Apesar de a sessão da CPI ter ocorrido em março deste ano, após as eleições, Maluf disse que foi prejudicado na disputa com Covas. Disse ainda que "tucanos de alta linhagem têm filhos fora do casamento" e que não exploraria esses casos.
O depoimento de Rocha, segundo Maluf, foi divulgado na íntegra pela Internet, num site pirata com provedor fantasma. Ele contratará a empresa Kroll Associados para descobrir de quem partiu a denúncia.
Sílvio Rocha manteve as acusações: "Quem tem que ir para a cadeia é ele, que mexeu com uma menina de 15 anos".
A assessoria do governador Covas informou que não seria possível localizá-lo para comentar o assunto. O promotor Blat considerou absurda a ação movida por Maluf. Ele disse que o depoimento de Rocha foi mantido em sigilo até que o autor decidiu falar.
Saad Neto disse que não se lembra de ter falado o nome de Maluf no exercício de suas funções públicas e que se manifestará quando tomar conhecimento das ações. O delegado Romeu Tuma Júnior também prefere aguardar. O vereador Cardozo não foi encontrado pela Folha.


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