São Paulo, terça-feira, 18 de dezembro de 2007

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Petista acusa FHC de agir por "sentimentalismo'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Reeleito presidente nacional do PT por mais dois anos, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) afirmou que todas as alas da sigla serão ouvidas e, logo após o anúncio oficial de sua vitória, partiu para o ataque contra a oposição ao criticar o ex-presidente Fernando Henrique, que, em sua opinião, articulou contra a CPMF mais por "sentimentalismo do que por posições políticas".
"A posição [da oposição] foi muito comandada pelo ex-presidente Fernando Henrique e pelo sentimento que ele tem pelo governo Lula. Acho que foi um sentimento ainda mal processado do ex-presidente com relação ao bom desempenho do governo Lula", afirmou.
Sobre o futuro do PT, o presidente da sigla disse que uma das principais atribuições de seu novo mandato, durante o biênio 2008-2009, será preparar o partido para as eleições presidenciais de 2010. E mesmo sem um entendimento entre os partidos da coalizão, Berzoini diz não acreditar que a sigla deva abrir mão de ter candidato próprio.
Outra missão será, segundo ele, aumentar o número de capitais governadas por petistas. Para o deputado, essa seria uma oportunidade de ganhar espaço dentro dos estados e mostrar força para 2010.
A tentativa de buscar mais espaço dentro do governo também será uma prioridade. "Sempre é legitimo ao PT, como a qualquer outro partido, disputar cargos. Porém, não cabe nesse momento fazer qualquer tipo de demanda que possa passar a a idéia de disputa política", afirmou.
Sobre a derrota da CPMF, Berzoini diz não temer que a base governista saia enfraquecida da disputa. Segundo ele, o fato de o governo ter tido ampla maioria na Câmara e, apesar de não ter vencido, também ter tido maioria do voto dos senadores, mostra que a base de apoio ainda está forte e unida.
Derrotado na disputa, Jilmar Tatto, da corrente PT de Lutas e Massas, quer deixar de ser opositor para se tornar aliado. Ontem, durante entrevista coletiva, Tatto revelou que aceitaria ocupar cargo na Executiva e que pode pedir que o secretário-geral seja indicado pelo grupo dele. A sugestão é o atual secretário de organização, Romênio Pereira.
Durante a campanha, Tatto defendeu a renovação dos dirigentes e afirmou que só não deveria votar nele aquele militante que apoiasse a continuidade. Agora, o parlamentar diz que não há mais espaço para oposição. Berzoini e Tatto devem se encontrar amanhã para discutir a composição do diretório e da Executiva. (MARIA CLARA CABRAL e AFONSO BENITES)

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