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Petista acusa FHC de agir por "sentimentalismo'
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Reeleito presidente nacional
do PT por mais dois anos, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) afirmou que todas
as alas da sigla serão ouvidas e,
logo após o anúncio oficial de
sua vitória, partiu para o ataque
contra a oposição ao criticar o
ex-presidente Fernando Henrique, que, em sua opinião, articulou contra a CPMF mais por
"sentimentalismo do que por
posições políticas".
"A posição [da oposição] foi
muito comandada pelo ex-presidente Fernando Henrique e
pelo sentimento que ele tem
pelo governo Lula. Acho que foi
um sentimento ainda mal processado do ex-presidente com
relação ao bom desempenho do
governo Lula", afirmou.
Sobre o futuro do PT, o presidente da sigla disse que uma
das principais atribuições de
seu novo mandato, durante o
biênio 2008-2009, será preparar o partido para as eleições
presidenciais de 2010. E mesmo sem um entendimento entre os partidos da coalizão, Berzoini diz não acreditar que a sigla deva abrir mão de ter candidato próprio.
Outra missão será, segundo
ele, aumentar o número de capitais governadas por petistas.
Para o deputado, essa seria uma
oportunidade de ganhar espaço
dentro dos estados e mostrar
força para 2010.
A tentativa de buscar mais
espaço dentro do governo também será uma prioridade.
"Sempre é legitimo ao PT, como a qualquer outro partido,
disputar cargos. Porém, não cabe nesse momento fazer qualquer tipo de demanda que possa passar a a idéia de disputa
política", afirmou.
Sobre a derrota da CPMF,
Berzoini diz não temer que a
base governista saia enfraquecida da disputa. Segundo ele, o
fato de o governo ter tido ampla
maioria na Câmara e, apesar de
não ter vencido, também ter tido maioria do voto dos senadores, mostra que a base de apoio
ainda está forte e unida.
Derrotado na disputa, Jilmar
Tatto, da corrente PT de Lutas
e Massas, quer deixar de ser
opositor para se tornar aliado.
Ontem, durante entrevista coletiva, Tatto revelou que aceitaria ocupar cargo na Executiva e que pode pedir que o secretário-geral seja indicado pelo
grupo dele. A sugestão é o atual
secretário de organização, Romênio Pereira.
Durante a campanha, Tatto
defendeu a renovação dos dirigentes e afirmou que só não deveria votar nele aquele militante que apoiasse a continuidade.
Agora, o parlamentar diz que
não há mais espaço para oposição. Berzoini e Tatto devem se
encontrar amanhã para discutir a composição do diretório e
da Executiva.
(MARIA CLARA CABRAL e AFONSO BENITES)
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