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Berzoini pede rapidez para o PL-9
DA FOLHA ONLINE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Ricardo Berzoini
(Previdência) defendeu ontem a
"agilização" da votação do projeto de lei complementar que estabelece o regime único de aposentadoria para os novos servidores
públicos, o chamado PL-9. Ele
adiantou que o texto do projeto
deverá ser alterado.
Depois de reunião com integrantes da bancada do governo
no Senado, Berzoini declarou que
o PL-9 "pode ser melhorado".
"Nós temos de avaliar com cautela que tipo de acordo pode ser
feito, porque esse assunto já está
na órbita parlamentar", afirmou o
ministro.
Ele sinalizou que as mudanças
deverão ser feitas pelo Senado,
pois o texto-base do projeto já foi
aprovado no plenário da Câmara.
Falta apenas serem votados destaques apresentados pelos partidos
de oposição na época - entre eles
o próprio PT.
O PL-9 foi enviado ao Congresso em 1999 pelo governo Fernando Henrique Cardoso. O projeto regulamenta artigos da reforma
da Previdência de FHC que permitem instituir um teto igual ao
do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) para as aposentadorias dos novos servidores.
Esses funcionários teriam direito a complementar seus benefícios contribuindo para fundos de pensão patrocinados pelo governo (federal, estadual ou municipal). O projeto garante aos atuais servidores a possibilidade de optar entre o sistema atual de aposentadorias e o regime novo.
Ao declarar que o PL-9 pode ser aperfeiçoado, Berzoini não entrou em detalhes sobre quais pontos devem sofrer alteração.
Imprecisões
A Folha teve acesso a um estudo
encomendado pela liderança do
governo no Senado que aponta as
principais imprecisões do projeto, no entender dos autores.
A primeira delas é a indefinição
no texto do PL-9 sobre a alíquota
de contribuição a ser paga pelo
governo e pelos servidores ao fundo de pensão.
De acordo com o estudo, a redação atual do projeto de lei permite, por exemplo, que o governo
possa fixar uma alíquota de 1%
para a previdência complementar. "[Isso] reduziria muito os benefícios dos servidores", avalia o
estudo.
Nele, também é criticada a falta
de regras claras sobre como o governo assumirá o custo dos benefícios correspondentes ao tempo
de contribuição já cumprido pelo
funcionário que migrar do regime
atual para o novo.
O estudo ainda destaca que a
criação do regime complementar
implicará um custo de transição
para o governo. Isso porque haverá perda de arrecadação dos servidores que participarem do novo
regime e ainda aumento de gasto
para o governo, que precisará recolher contribuição para os fundos de pensão.
Uma alternativa para o problema, aponta o estudo, seria a implantação do fator previdenciário
no setor público. O governo já
anunciou que pretende discutir a
adoção da medida na reforma da
Previdência.
(FELIPE FREIRE E JULIANNA SOFIA)
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