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FUNCIONALISMO
Categoria reivindica reajuste de 46,95% a partir de 2004 e critica proposta de reforma da Previdência
Servidores públicos protestam e pedem aumento de salário
ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os servidores públicos federais,
categoria historicamente ligada
ao PT e à CUT, braço sindical do
partido, lançam hoje o que deve
ser o primeiro embate institucional entre uma categoria e o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de pedir 46,95% de reajuste a partir de 2004 em um evento
na Câmara dos Deputados, o funcionalismo divulgará um documento no qual critica a reforma
previdenciária, prioridade do governo em relação às demais reformas. O governo deverá propor
um reajuste entre 2,3% e 4% para
o 1,2 milhão de servidores civis.
O índice de reajuste foi projetado pelo Dieese com base no ICV
(Índice do Custo de Vida) entre
julho de 1998 e abril de 2003. No
acumulado desde 1995, a reposição necessária seria de 122%, pelo
mesmo índice. Desde o primeiro
ano do governo FHC não há reajuste linear para a categoria.
O funcionalismo também quer
o arquivamento do PL-9, projeto
que prevê os fundos de pensão
complementar para a categoria, e
ainda defende que os direitos dos
trabalhadores do setor privado
sejam iguais aos do setor público.
Ontem, em assembléia com 400
servidores, o tom oposicionista
ganhou força com a chegada de
expoentes da chamada ala radical
do PT -a senadora Heloísa Helena (AL) e os deputados federais
Babá (PA), Luciana Genro (RS) e
Lindberg Farias (RJ).
Os parlamentares foram recebidos como celebridades, com palmas e pedidos para fotos. Heloísa
Helena, também funcionária pública federal, disse que a presença
dos quatro não significava uma
defesa ao corporativismo. "Quando se preserva o servidor público,
se preserva o serviço público para
a população", afirmou.
A senadora disse que, antes de
identificar os problemas do déficit, é preciso acabar com os benefícios da "pilantropia" nacional.
Foi ovacionada com um coro antes reservado a Lula: "Brasil urgente, Heloísa presidente".
Os servidores dizem que o governo não contabiliza nas receitas
da seguridade social parte da arrecadação da CPMF, Cofins e contribuição sobre o lucro e que, por isso, não há déficit.
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