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OUTRO LADO
Governo diz que visava estimular agropecuária
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O secretário de Governo,
Paulo Duarte, que, quando
ocupava a Secretaria de Receita
e Controle, assinou todos os
ofícios autorizando as transações entre a Petrobras e as 14
empresas, não quis receber a
Agência Folha sob a alegação
de que a reportagem tem "motivação política". Por orientação de Duarte, as perguntas foram encaminhadas por escrito
ao assessor especial do gabinete da Secretaria de Receita e
Controle Antônio Couto.
O assessor explicou que houve dois tipos de transferência:
de saldo credor de ICMS, realizado pelas agropecuárias, e
transferência de crédito contra
a Fazenda, pelas empresas de
construção civil.
Segundo ele, "os procedimentos adotados foram no
sentido de estimular a principal
atividade econômica do Estado
[a agropecuária], no que se refere à transferência de saldos
credores de ICMS, e de possibilitar a redução do seu passivo,
nos casos de transferência de
crédito contra a Fazenda Pública para contribuinte do ICMS".
Questionado sobre a iniciativa das operações, o assessor
afirmou que, "nas transferências de saldo credor do ICMS, a
participação desta secretaria
consistiu na concessão da autorização para que ela se efetivasse (...)". Na resposta, entretanto, Couto não esclareceu de
quem partiu a iniciativa no caso da transferência dos créditos
contra a Fazenda, que repassou
cerca de R$ 12,5 milhões a seis
empresas.
A reportagem então enviou
novas perguntas, mas Couto
informou que já havia fornecido "todas as respostas pertinentes".
Entre as perguntas que o governo deixou de responder estão: por que o governo não pagou diretamente às empreiteiras?; 2) por quais obras as empreiteiras e a imobiliária tinham créditos a receber?; 3) como foi possível que "lobistas"
tivessem acesso a dados fiscais
das empresas agropecuárias,
que estão protegidos por sigilo
fiscal?
Em entrevista em agosto do
ano passado, quando a Agência
Folha começou a apurar o caso,
Duarte disse que as transferências de crédito foram negociadas entre a Petrobras e as empresas e negou a possibilidade
de homologação de créditos
fantasmas.
Procurado pela reportagem,
o senador Delcídio do Amaral
Gomez não respondeu ao pedido de entrevista deixado com
sua secretária particular.
O governador Zeca do PT se
recusou a receber a reportagem, alegando também que as
"respostas pertinentes" já haviam sido fornecidas.
(FM)
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