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Duas empresas já foram vendidas
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Duas das 14 empresas que
transferiram créditos à Petrobras
existem apenas no papel: a TSM
Empreendimentos Imobiliários,
de Campo Grande, que recebeu
R$ 1.857.414,14 em maio de 2002,
e a Produção Comércio e Representação Agropecuária, de Várzea
Grande (MT) que obteve R$
378.583,30 em setembro de 2001.
As operações ocorreram logo
após elas terem sido vendidas.
Segundo informações da Junta
Comercial de Mato Grosso do Sul,
a imobiliária TSM foi comprada
no dia 14 de dezembro de 2001 pelo empresário Samuel Soares de
Oliveira e sua mulher, Disney Rezende, por R$ 50 mil.
Cinco meses depois, a TSM receberia da Petrobras, com autorização da Secretaria de Receita e
Controle, 37 vezes o valor pago.
Em resposta por escrito, o governo alegou que a TSM possuía
"crédito contra o Estado em decorrência de contrato de execução
de obras. O valor dessa dívida
com o Estado é que foi transferido
para a Petrobras, para compensação com débito do ICMS".
Por se tratar de uma imobiliária,
no entanto, a TSM não pode executar obras. Questionada de novo, o governo não respondeu.
No endereço registrado na Junta Comercial, na região central da
cidade, o escritório estava fechado, sem identificação na porta.
A reportagem também esteve
no endereço que consta do recibo
enviado à Petrobras, em uma das
saídas de Campo Grande. A recepcionista informou que ali funciona a construtora Fibra.
Questionada, afirma que ali
também funciona a TSM.
A empresa Produção, de Dourados (MS), está de portas fechadas desde dezembro de 1999, segundo o ex-proprietário Odair
Perez. O empresário a vendeu por
R$ 30 mil em abril de 2001.
Ele disse que não sabia da existência de créditos de ICMS e
achou "muito estranho" que os
novos donos tivessem recebido 12
vezes o valor da empresa.
Apesar de sediada em MT, na
nota fiscal apresentada à Petrobras e ao governo estadual, em setembro de 2001, aparece o antigo
endereço da empresa, em Dourados (MS), o que configura fraude.
A Agência Folha não localizou
os sócios, Maurício de Arruda Filho e Rubens Lima. O governo nega irregularidades.
(FM)
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