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São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 2003

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OUTRO LADO

Ex-presidente diz que matriz não fazia controle

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O presidente do Banestado no período de dezembro de 1995 a junho de 1997, Domingos Tarso Murta Ramalho, 62, afirmou à Folha que a matriz de Curitiba não fazia acompanhamento do cotidiano da agência de Nova York.
"Como é que o presidente do banco, em Curitiba, poderia controlar os gerentes de Nova York?", questionou.
O ex-presidente disse que a agência de Nova York estava mais afeta à mesa de operação de câmbio do banco.
Funcionário aposentado do Banco Central, Murta Ramalho nega omissão à frente do Banestado.
"No período em que estive na presidência, abri 50 processos administrativos contra gerentes por várias irregularidades; isso não é ser omisso."
Ele disse não recordar se os gerentes da agência de Nova York estavam nessa lista.
Segundo Murta Ramalho, em 1996 e 1997 não se ouvia falar de lavagem de dinheiro por bancos oficiais.
A intensificação das operações de remessas para o exterior por meio das contas CC-5, segundo ele, teria decorrido da mudança da política econômica brasileira.
Com a operação, os bancos estariam buscando lucros num período de inflação zero.
A Agência Folha tentou por três vezes contato com o ex-vice presidente e diretor da área internacional do banco, Aldo de Almeida Júnior, mas ele não deu entrevista.
Do início do governo de Jaime Lerner, em 1995, até a privatização do Banestado, em 2000, Almeida Júnior sobreviveu a todas as quedas de diretoria do banco. Foram quatro as trocas no período.
Nos últimos dois anos, Almeida Júnior ocupou a vaga paranaense da diretoria do BRDE (Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul), também por indicação do ex-governador.


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