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São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 2003

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CASO SILVEIRINHA

CPI recebeu relatório

Suspeitos receberam menos, diz secretaria

FERNANDA DA ESCÓSSIA
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

Documentos obtidos pela CPI do Propinoduto na Secretaria da Receita do Rio mostram que os fiscais de renda acusados de corrupção receberam de cota-parte (30% de participação nas multas aplicadas) valores muito menores que os declarados por eles.
Para os deputados, os fiscais mentiram nos depoimentos prestados à CPI, na semana passada, aumentando o valor da cota-parte como forma de justificar seus depósitos bancários elevados.
De acordo com os documentos da CPI, o fiscal Carlos Eduardo Pereira Ramos recebeu, de 1992 a 1998, R$ 794.909, em valores históricos. Os valores de 1992, 1993 e 1994, segundo a CPI, foram atualizados pelo real de 1995.
À comissão, Ramos disse ter recebido de cota-parte R$ 1,3 milhão de 94 a 98. Em valores atualizados, isso daria R$ 4 milhões.
Pelos documentos da CPI, o ex-subsecretário Rodrigo Silveirinha Corrêa, acusado de comandar o esquema de corrupção, recebeu de cota-parte apenas R$ 3.867,05. No depoimento, o suspeito disse que recebeu R$ 30 mil.
Os outros fiscais, Rômulo Gonçalves, Júlio César Nogueira e Lúcio Manoel Picanço, receberam, de acordo com a CPI, R$ 59.931,61, R$ 13.689,71 e R$ 379,53. "No depoimento, Rômulo e Picanço falaram em valores perto de R$ 90 mil e Júlio César, entre R$ 30 mil e R$ 40 mil", disse Carlos Minc (PT). A Folha não localizou ontem à noite o advogado dos acusados, Clóvis Sahione.


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