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RECEITA
Valor equivale a 80% do cobrado
Collor é liberado de
pagar R$ 4 milhões
da Sucursal de Brasília
O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi liberado ontem do
pagamento de cerca de R$ 4 milhões em impostos devidos e multas. O valor equivale a 80% do total
cobrado pela Receita Federal.
A decisão foi tomada por unanimidade pelos oito membros da 4ª
Câmara do Conselho de Contribuintes Fiscais (órgão administrativo que julga recursos de contribuintes cobrados pelo fisco).
Eles ainda determinaram que
Collor pague de R$ 1 milhão a R$ 2
milhões -os 20% restantes- relativos a sobras de doações para
sua campanha presidencial em 89
e que não constaram da declaração do Imposto de Renda.
"Como havíamos pedido o cancelamento integral do processo ao
Conselho, consideramos que houve um ganho parcial", afirmou a
advogada Karen Jureidini Dias,
sócia do escritório Amaral Santos,
Dias e Santos Advogados.
"Mas vamos recorrer ao STF
(Supremo Tribunal Federal) e
achamos que podemos vencer
tranquilamente", disse.
Collor foi cobrado pela Receita
Federal em mais de R$ 7 milhões
em impostos devidos no período
de 1989 a 1992. Ele se recusou a pagar, e o caso foi encaminhado ao
Conselho em 1996. Em julgamentos anteriores, a dívida cobrada
caiu para mais de R$ 5 milhões.
A redução significa que a Receita
Federal perdeu em sua principal
acusação contra o ex-presidente
-aquela que poderia resultar em
processo criminal.
O fisco sustentava que R$ 4 milhões devidos por Collor eram relativos a rendimentos não declarados, que seriam comprovados por
gastos cobertos com empréstimo
obtido no Uruguai em 89, conhecido como "Operação Uruguai".
O Conselho concluiu que não
havia provas de que esses gastos
foram efetuados por Collor e sua
família -logo, os rendimentos
também não seriam do ex-presidente. "Não há alegação fiscal de
fraude e, portanto, o meu cliente
não pode ser acusado criminalmente", afirmou a advogada.
(DENISE CHRISPIM MARIN)
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