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Venda de estatal é questionada
da Sucursal do Rio
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) e o BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) estão questionando o modelo de venda da
Elektro, subsidiária da Cesp para a
área de distribuição.
A preocupação dos órgãos deve-se ao impacto negativo que
possa haver sobre o direito dos
acionistas minoritários e para os
investidores estrangeiros.
O assunto tem sido tratado pelo
presidente da CVM, Francisco
Costa e Silva, e acompanhado de
perto pela diretoria do BNDES.
Costa e Silva esteve reunido, esta
semana, com a diretoria da Cesp.
Ontem, foi a Brasília, com assessores, para tratar do assunto. Nesta semana, a CVM anunciará os
pontos que julga incorretos.
Pelo modelo, os acionistas da
Cesp podem subscrever as ações
da subsidiária. Caso não o façam,
o direito de vender a opção da
subscrição não poderia ser exercido, e eles perderiam posição.
Para o advogado Luiz Leonardo
Cantidiano, ex-diretor da CVM,
esse é um dos problemas que chamaram a atenção da CVM. Segundo ele, a venda do direito à subscrição está garantida pela lei.
"É razoável que se dê ao acionista o direito de participar do novo
negócio, o que não se pode é botá-lo em camisa-de-força: ou vai
ou perde." Outro questionamento, diz, é quanto à apropriação do
ágio na venda, que ficaria inteiramente na mão do governo de São
Paulo e não seria dividido.
As razões do BNDES estão mais
relacionadas às reclamações que o
vice-presidente do banco, José Pio
Borges, ouviu dos investidores estrangeiros, numa apresentação da
Eletrobrás no exterior.
Como estrangeiros não podem
comprar papéis de empresas que
tenham capital fechado, ficariam
impedidos de exercer direito à
subscrição mesmo que quisessem,
explicou Mariane Sussekind, chefe
da Secretaria de Apoio à Desestatização do BNDES.
Apesar de o BNDES não ter responsabilidade sobre as privatizações de São Paulo, ela diz que o
banco tem acompanhado essas
discussões porque, para o estrangeiro, não há diferença entre os
programas federal e estaduais.
"Não queremos reflexos negativos nem para o programa federal
nem para o de São Paulo", disse
Sussekind. Ela enfatizou que, agora, o governo conta com a entrada
de investimentos externos.
A CVM é uma autarquia federal
ligada ao Ministério da Fazenda.
Criada em 1976, fiscaliza os mercados de Bolsa e de balcão e todos
os seus participantes.
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