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INVESTIGAÇÃO
Grampo flagra 2 deputados negociando propina, diz PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP),
encaminhou à Corregedoria da
Casa na última quinta-feira o inquérito da Polícia Federal no qual
os deputados B. Sá (PSB-PI) e Domiciano Cabral (PSDB-PB) foram
flagrados em escuta telefônica negociando suposta propina com as
empreiteiras OAS e Cojuda.
Publicada na edição da revista
"Veja" desta semana, a denúncia
traz trechos de gravações em que
Sá "é instruído a dirigir a uma sala
comercial em Brasília, para receber "15'", que seriam R$ 15 mil, na
interpretação da PF.
A comissão gira em torno da
construção da barragem de Poço
de Marruá, no sul do Estado do
Piauí, para a qual Sá apresentou
emendas ao Orçamento.
Segundo a revista "Veja", "as investigações sobre o Poço de Marruá podem resvalar no ministro
da Integração Nacional, Ciro Gomes". As razões: Ciro teria liberado verbas para a OAS e comandado a apresentação de emendas de
B. Sá em favor da obra.
Quanto a Cabral, a reportagem
da revista afirma que ele sugeriu
ao dono da Cojuda, Julião Medeiros, que também é seu sogro, buscar negócios no âmbito do Dnit
(Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes)
porque haveria "muito dinheiro"
na repartição.
Em suas conversas, Medeiros
diz que o Dnit lhe deve R$ 2 milhões, "e promete uma "bolada" ao
genro se ele convencer o ministro
[Alfredo Nascimento, dos Transportes] a lhe pagar".
Contundentes
O presidente da Câmara recebeu os documentos relativos à investigação da Polícia Federal no
início da semana passada. Leu,
encaminhou à assessoria jurídica
da Casa e depois repassou o caso
ao corregedor, deputado Ciro Nogueira (PP-PI).
A Folha apurou que Rebelo
achou bastante contundentes os
dados que o inquérito policial
reuniu contra os parlamentares.
Caberá ao corregedor designar
um relator para o processo no
âmbito da Corregedoria. Esse deputado terá 30 dias para decidir se
denuncia ou não os colegas investigados à Mesa da Câmara por
quebra do decoro parlamentar.
A depender da decisão da Mesa,
com base no parecer do relator, o
caso segue ou não para o Conselho de Ética, foro no qual é decidida uma possível abertura de processo de cassação para mandatos
parlamentares.
Em nota à imprensa divulgada
ontem, o ministro Ciro Gomes repele "fortemente as insinuações
caluniosas", afirma que a revista
mente ao incluir seu nome na reportagem e diz que a "Veja" nunca lhe perguntou nada acerca da
denúncia que envolve os dois parlamentares.
Na nota, o ministro também
acusa a revista de ter abandonado
o jornalismo "de forma inequívoca" para se misturar "à politicagem rasteira que infesta a vida nacional". A Folha não conseguiu
localizar B. Sá, Domiciano Cabral
nem o ministro dos Transportes.
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