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ELEIÇÕES 2006/DATAFOLHA
Após absolvição de mais três deputados, 41%
consideram ruim atuação de parlamentares
Aprovação ao Congresso volta a cair, diz pesquisa
RODRIGO RÖTZSCH
DA REDAÇÃO
A recuperação da imagem do
Congresso detectada na penúltima pesquisa Datafolha não resistiu às absolvições dos deputados
Roberto Brant (PFL-MG), Professor Luizinho (PT-SP) e Pedro
Henry (PP-MT).
Em fevereiro, antes de o plenário da Câmara absolver os três deputados suspeitos de envolvimento no "mensalão", o Datafolha apontou uma melhora na avaliação dos parlamentares. Na pesquisa feita nos dia 16 e 17 de março, ela voltou a piorar.
Agora, 41% dos entrevistados
dizem que os senadores e deputados atualmente no Congresso
têm um desempenho ruim ou
péssimo. São oito pontos percentuais a mais do que em fevereiro,
mas ainda menos do que os 48%
de agosto, quando a desaprovação ao Congresso atingiu os níveis
mais altos no governo de Luiz
Inácio Lula da Silva.
Diminuiu o número daqueles
que consideram o desempenho
dos parlamentares regular. Esses
são agora 37% dos entrevistados,
contra 43% no mês passado.
O índice dos que julgam que a
atuação dos congressistas é boa
ou ótima oscilou negativamente,
no limite da margem de erro de 2
pontos percentuais. Eram 16%
em fevereiro, e agora são 14% dos
entrevistados.
Renda e escolaridade
Os índices de desaprovação ao
Congresso sobem junto com o
grau de instrução e o poder aquisitivo dos entrevistados. No grupo que só estudou até o ensino
fundamental, 35% consideram
ruim ou péssima a atuação do
Congresso. Esse número sobe para 54% na faixa que chegou ao ensino superior.
A camada mais pobre da população, com renda familiar mensal
de até cinco salários mínimos, dá
a pior avaliação para os parlamentares em 38% dos casos. Entre aqueles cuja renda familiar
mensal supera os dez salários mínimos, é de 51% o índice dos que
desaprovam o Congresso.
Em São Paulo, a avaliação do
Congresso é ainda pior do que no
resto do país: no Estado, 47% dos
entrevistados consideram o desempenho dos parlamentares
ruim ou péssimo; 34%, regular; e
12%, ótimo ou bom.
A desaprovação ao Legislativo
federal é praticamente uniforme
entre os simpatizantes de partidos do governo e da oposição. Os
entrevistados que apontam o PT
como partido de preferência avaliam o Congresso da seguinte maneira: 37% péssimo ou ruim, 44%
regular e 16% bom ou ótimo. Entre os que preferem o PFL, 38%
consideram o desempenho dos
parlamentares ruim ou péssimo,
39% regular e 16% bom ou ótimo.
Os dois partidos são suspeitos
de um "acordão" nas absolvições
de Brant e Luizinho. Ambos tiveram a sugestão de cassação feita
pelo Conselho de Ética da Câmara
rejeitada pelo plenário da Casa. O
pefelista Mussa Demes (PI) chegou a ir à tribuna defender a absolvição de Luizinho. Brant disse
que estava "rezando" pelo petista.
Até as eleições, os deputados terão chances suficientes para recuperar sua imagem junto aos eleitores: aguardam julgamento sete
processos de cassação contra parlamentares por envolvimento no
escândalo do "mensalão".
Na próxima quarta, a Câmara
vota os casos de Wanderval Santos (PL-SP) e João Magno (PT-MG). Em ambos, o Conselho de
Ética da Casa recomendou a cassação dos mandatos.
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