São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2001

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QUESTÃO AGRÁRIA

MST volta a agir

MPF denuncia grileiro por estilionato

DA AGÊNCIA FOLHA

O Ministério Público Federal do Amazonas denunciou ontem, por crime de estelionato, o comerciante Falb Saraiva de Farias, apontado pelo Incra como proprietário de 12 milhões de hectares na região amazônica.
É a primeira denúncia ligando Falb com a grilagem de terras públicas da União, tendo como base oito inquéritos, de um total de 35, que a Polícia Federal abriu para apurar sua ação em vendas de terras usando documentos falsos.
"Foi constatada fraude de falsificação de títulos, superposição de áreas destinadas a reforma agrária e área indígena, além de transferência a terceiros", disse o autor da denúncia, o procurador-chefe Sérgio Lauria Ferreira.
Falb está preso desde 16 de março, em Manaus, e amanhã presta seu primeiro testemunho em juízo. Falb deve ser ouvido pelo juiz Marcelo Mota, da 2ª Vara da Justiça Federal do Amazonas. O advogado Valcimar de Souza Oliveira disse que ele só falará em juízo.

MST
Integrantes do MST fecharam ontem, por seis horas, a principal via de acesso entre Santa Catarina e a Argentina. O sem-terra impediram o tráfego na alfândega de Dionísio Cerqueira na fronteira com a cidade argentina de Bernardo Irigoyen. Anteontem, manifestantes bloquearam por 13h uma ponte em Uruguaiana (RS).
De acordo com a PF, 600 pessoas impediram ontem o tráfego de caminhões e carros que queriam atravessar a fronteira. Cerca de cem policiais militares e 15 agentes federais estavam no local para evitar a invasão de prédios públicos. Uma reunião entre a polícia e os líderes dos sem-terra pôs fim, às 17h, ao bloqueio.
Ontem, um grupo de 28 integrantes do MST feridos durante o massacre de Eldorado do Carajás montaram acampamento diante do Palácio dos Despachos, sede do governo do Pará, em Belém. Segundo o advogado Walmir Brelaz, eles exigem uma reunião com o governador Almir Gabriel (PSDB) para reivindicar pagamento de indenizações.
Os manifestantes que invadiram a unidade da Parmalat em Carazinho (RS), anteontem, se comprometeram, em audiência na Justiça, a permitir a entrada de caminhões com leite no local. O acesso estaria liberado a partir do início da noite de ontem. Segundo a Parmalat, a perda de leite pode chegar a 1,5 milhão de litros/dia.
Às 14h de hoje, representantes da empresa e dos manifestantes, que são produtores de leite da região, vão se reunir para discutir o preço do produto. Os produtores querem receber R$ 0,40 por litro.


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